Shalom: 40 anos com os olhos no mundo dos jovens

D. Carlos Azevedo celebrou Eucaristia de Acção de Graças pelo aniversário do Movimento Encontros de Jovens Shalom “Os movimentos de jovens são sujeitos a tanta caducidade, são tão efémeros, que celebrar 40 anos é motivo de admiração e ocasião de acção de graças”, sublinhou D. Carlos Azevedo na Eucaristia que presidiu no passado Domingo, por ocasião do aniversário dos 40 anos do Movimento Encontros de Jovens Shalom. Corria o ano de 1967, “tinha terminado o Concílio e a Igreja vivia uma hora de renovação”, relembra o Bispo auxiliar de Lisboa. Tudo podia ter passado rapidamente mas “assim não aconteceu e tantas gerações de jovens, também portugueses desde 1975, têm encontrado na solidez de uma formação cristã e na integração nas próprias comunidades a escola para serem discípulos de Jesus e servidores felizes do seu Reino, na fidelidade à missão da Igreja”. Na Igreja paroquial da Buraca, perante uma assistência de mais de 600 jovens e adultos, D. Carlos Azevedo apontou a capacidade que os cristãos têm de “passar no meio de perdições, sem fugir. Poderia pensar-se que os perigos exigem muitas defesas, mas não. Importa ir, anunciar e ensinar no meio do nosso mundo e aí dispersos, com simplicidade e alegria difundir o sentido, a paz, a reconciliação”. Constatando as “selvajarias” do nosso tempo, “poderíamos desviar os olhos da realidade e ficar a olhar para o céu, refugiados na devoção, sem acção eficaz e oração autêntica que nos mobiliza para o bem. Alguma comunicação social não nos dá a conhecer toda a realidade”. No Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Bispo auxiliar de Lisboa recordou a mensagem de Bento XVI para este dia, lembrando a preocupação com as crianças porque “são muitas vezes educadas pelos meios de comunicação social porque os pais não têm tempo para as acompanhar”. D. Carlos refere que “não será educativo esconder os dramas”, mas não é benéfico “antecipar situações fora da idade, negligenciar o acompanhamento, deixá-las à deriva, mergulhadas nos factos, sem ter uma direcção no olhar”. Proliferam os exemplos na comunicação social que “selecciona as tragédias que lhes interessam justificando-se com o nosso interesse e sujeita-nos às preferências da sua agenda, demonstrando total dependência, se não escravatura em relação aos donos da economia”. Ao contrário, D. Carlos sublinhou a importância de “se optar pelo positivo”, de veicular “exemplos a imitar, casos que elevam, suscitam atitudes solidárias, contribuem para aprofundar os temas, sem reduzir os dramas humanos a mero espectáculo”. “A Agência ECCLESIA leva pela Internet à casa de cada um uma informação credível e criadora de comunhão eclesial. Criem o hábito de a consultar”, afirmou. O Bispo auxiliar de Lisboa disse que “graças à ciência da fé, ao entendimento da esperança e à sabedoria da caridade, temos metas à vista”, lançando um questionamento quanto à forma como “temos continuado a obra de Deus”. A hora que se vive “exige coragem na esperança que dá sentido profundo à vida, mesmo atribulada. Vivemos um momento que necessita do desassombro da esperança que nos oferece a direcção do futuro”, por isso convidou os jovens a ver “a terra da missão que começa no local onde vivemos para aí anunciar a salvação já vivida”. Aos jovens do Movimento Shalom e aos padres da Comunidade Shalom pediu que “dispersos em todos meios”, “não deixeis desfigurar Cristo. Manifestai que Ele é a vossa paz, o centro unificador das vossas vidas”. O Movimento Encontros de Jovens Shalom nasceu em Angola pelas mãos do Pe. Luís Carlos e foi sendo construído pela juventude que via na proposta libertadora de evangelização do jovem pelo jovem, uma forma diferente de se assumir como Igreja, imbuída no espírito do II Concílio do Vaticano. “O futuro nasce das raízes” deu o mote das celebrações do aniversário do MEJ Shalom, que actualmente se encontra presente no Brasil, em duas dioceses de Fortaleza e na diocese da cidade de Belo Horizonte. Em Portugal desenvolve a sua proposta evangelizadora nas dioceses de Viana do Castelo, Braga, Coimbra, Lisboa e Setúbal, estando neste momento a expandir o seu projecto nas dioceses do Porto, de Portalegre – Castelo Branco e de Évora.

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