Ordenação episcopal de D. José Ornelas marcada para este domingo
Lisboa, 24 out 2015 (Ecclesia) – D. José Ornelas, bispo nomeado para a Diocese de Setúbal, afirmou que a Igreja tem de propor a “experiência personalizada da fé”, deixar uma programação da “era da Cristandade” e implementar um “caminho sinodal”.
“A experiência personalizada da fé é importante que se encontre na Igreja. Se oferecemos só serviços religiosos para quem quer vir mas onde as pessoas não tem nome e não têm voz, isso não vai funcionar”, disse D. José Ornelas à Agência ECCLESIA.
Numa entrevista publicada na mais recente edição do semanário digital ECCLESIA, o próximo bispo de Setúbal considera que as estruturas eclesiais e as mentalidades que as compõem “estão ainda programadas e plasmadas para uma Igreja que era de Cristandade”.
“A Igreja estava no centro de tudo, onde se esperava que as pessoas viessem, e não uma Igreja de saída, mas virada para aqueles que estão dentro”, referiu o bispo nomeado para Setúbal, acrescentando que é necessário pensar uma com “menos autorreferencialismo” e com a atenção “às reais condições das pessoas”.
“Pergunto-me sempre, na vida dos padres, dos catequistas: Quando tempo dou aos que estão dentro e quanto tempo dedico aos que estão fora? E esta é a atitude nova que é preciso pensar. É uma atitude que se propõe à Igreja inteira”, sugeriu D. José Ornelas.
O bispo de Setúbal considera que na Diocese “há uma vida eclesial muito ativa” e as pessoas interessam-se pelas comunidades, o que lhe dá “uma grande coragem”, na expectativa de que há “fermento para uma vida eclesial muito mais intensa”.
“Podem-se conquistar pessoas afetivamente, mas num processo de oferta de uma proposta de vida que se deve manifestar com gestos autênticos de misericórdia, de solidariedade, de ajuda”, recordou o antigo superior geral dos dehonianos.
Para D. José Ornelas, “a Igreja não é uma organização fechada em si mesma”, mas “foi colocada em carris de universalidade”.
“O Papa fala de uma casa para a humanidade, é um ponto de encontro de gente de boa vontade, marcada pela fé em Cristo. Os graus de adesão podem ser vários e a Igreja deve estar aberta precisamente a esta diversidade de compreensão, de compromisso”, recordou.
Na entrevista à Agência ECCLESIA, a poucos dias de iniciar o ministério episcopal na Diocese de Setúbal, D. José Ornelas referiu-se à realização de um sínodo diocesano, considerando que se “for visto como uma porção mágica, durante um tempo determinado, não vale a pena”.
Para o bispo de Setúbal, interessa promover uma “Igreja tipo sinodal”, que “reflete sobre si própria em direção à missão”, envolvendo a diocese inteira e estudando com todos a forma de o realizar, em conjunto, “o que já é caminho sinodal”.
D. José Ornelas foi nomeado Bispo de Setúbal pelo Papa Francisco no dia 24 de agosto, iniciando funções este domingo, dia da ordenação episcopal na Sé diocesana, às 16h00, que vai ser transmitida em direto na página da internet da diocese de Setúbal.
O semanário digital Ecclesia e o programa 70×7 deste domingo (RTP2, às 11h30) têm por tema central a ordenação de D. José Ornelas e a Diocese de Setúbal.
PR