Setúbal: Quaresma é um tempo para «regressar às raízes, à autenticidade, à felicidade», afirma D. José Ornelas

Bispo diocesano lembra o cansaço da pandemia e ânsia de «regressar à vida e às relações»

Setúbal, 20 fev 2021 (Ecclesia) – O Bispo de Setúbal afirma na Mensagem para a Quaresma que o tempo de preparação para a Páscoa é de “renovação e esperança” e convida a “regressar às raízes” quando todos procuram “regressar à vida e às relações”.

“Cansados da pandemia que já dura mais de um ano, todos ansiamos por regressar à vida e às relações que nos vão escapando e de que sentimos saudade”, afirma D. José Ornelas no documento enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Para o bispo de Setúbal, o tempo da Quaresma é uma ocasião de “renovação e de esperança” e o convite a “regressar” é o sentido “daquilo que na Bíblia se chama ‘converter-se’, mudar de vida”.

“Regressar às raízes, à autenticidade, à felicidade. Não é um simples regressar ao passado, mas um regressar ao fundamento válido que torna possível um futuro renovado”, sublinhou.

D. José Ornelas refere que “regressar/converter-se” está relacionado com “o regresso do povo de Deus do exílio de Babilónia”, é referido por João Batista e Jesus para “falar do regresso ao projeto de Deus que cria um mundo novo baseado em pessoas renovadas pelo seu Espírito” e está em sintonia com apelos a “regressar a si mesmo, regressar a Deus, regressar a relações renovadas”.

O bispo de Setúbal considera que “o primeiro passo deste regresso é reencontrar as próprias raízes, o regresso “à verdade e coerência com o próprio ser como pessoa, como marido ou esposa, como pai/mãe, como filho/a, como padre ou bispo, como professor, aluno ou operador de qualquer serviço na sociedade”.

“O verdadeiro regresso a nós próprios pressupõe o regresso/encontro com Deus. Sem Ele, não é possível fazer uma avaliação autêntica do nosso ser, das nossas origens, percursos e destino”, acrescenta.

D. José Ornelas lembra também a necessidade de “regressar a relações renovadas”, com “misericórdia e reconciliação”, capaz de “reatar e renovar o relacionamento uns com os outros”.

O bispo de Setúbal pede que seja renovada a “a atenção a quem precisa”, cultivando “empatia e ‘com-paixão’ perante a necessidade e a dor de quem precisa”.

“Se queremos criar um futuro melhor, é primordial cuidar dos que estão mais fragilizados, para que ninguém seja deixado à beira do caminho. A pandemia ensinou-nos que não se pode ter uma sociedade justa e de sucesso. Nem ser a Igreja de Cristo, sem colaborar para que todos tenham a possibilidade de uma vida digna”, afirmou.

Na Mensagem para a Quaresma, D. José Ornelas informou que a “renúncia quaresmal da Diocese” destina-se a “apoiar as famílias atingidas pela crise da pandemia Covid-19” e os “refugiados da guerra, na Diocese de Pemba”, em Moçambique.

“Que o Senhor nos guie neste tempo de Quaresma, para que, de coração renovado pelo seu Espírito e ativos na caridade para com os que mais precisam, possamos ajudar a confirmar a esperança de vencer a crise e ajudar a construir um mundo melhor, segundo o projeto de Deus”, conclui o bispo de Setúbal.

PR

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Agência ECCLESIA

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