Setúbal: «Não quero que ninguém se sinta visitante, nem se sinta migrante», afirma D. Américo Aguiar

Bispo de Setúbal celebrou Eucaristia, na Paróquia da Amora, nas celebrações do Dia de S. João Batista Scalabrini, santo padroeiro dos migrantes

Foto: Ricardo Perna/Diocese de Setúbal

Setúbal, 02 jun 2025 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal manifestou este domingo o desejo de que todos se sintam acolhidos na Igreja de Setúbal, aludindo aos migrantes, na Eucaristia a que presidiu na Paróquia da Amora.

“Não quero que ninguém se sinta visitante, nem se sinta migrante, nem se sinta não sei o quê”, afirmou D. Américo Aguiar, segundo o site da Diocese de Setúbal, perante uma assembleia que reflete a diversidade de pelo menos 13 nacionalidades com grupos organizados na paróquia.

Segundo o cardeal, esta perspetiva representa uma mudança de paradigma fundamental na forma como a sociedade deve encarar a diversidade cultural.

“Quando estamos aqui [Igreja], jogamos todos em casa. Somos todos da equipa da casa”, disse o bispo de Setúbal na homilia.

Nas celebrações do Dia de S. João Batista Scalabrini, santo padroeiro dos migrantes, o cardeal destacou aquele que considera ser o maior tributo a ser prestado a um país.

Qual é a maior e melhor homenagem que alguém pode fazer a uma comunidade, a um país? A melhor é alguém querer, desejar, juntar-se a nós e construir a sua vida, a sua família, aqui”, ressaltou.

Dirigindo-se à assembleia, na Igreja de S. João Scalabrini, D. Américo Aguiar enfatizou que a diversidade é parte do plano divino.

“Deus não fez assim o mundo monocromado. Todos iguais, vestidos iguais, a pensar o mesmo. Mas Deus não fez assim o mundo. E, muito menos, não criou assim a humanidade”, frisou.

Referindo-se ao mosaico cultural da Paróquia da Amora, D. Américo Aguiar indicou que este reflete “a presença de Deus na diversidade dos filhos e filhas de Deus”.

“Durante doze anos, o nosso querido Papa Francisco tentou dizer aos homens e às mulheres do mundo inteiro que nós somos irmãos”, referiu.

Segundo D. Américo Aguiar, quando cada um reconhece o outro como irmão, os problemas, não se resolvem automaticamente, “mas são mais fáceis de resolver e de ultrapassar”.

Foto: Ricardo Perna/Diocese de Setúbal

O bispo de Setúbal alertou ainda para a necessidade de vigilância constante na defesa dos valores de inclusão.

“Nada está garantido, nunca. E, por isso, temos que estar todos de mãos dadas, de coração unido, para que os problemas e as dificuldades não nos esmaguem”, sublinhou.

D. Américo Aguiar aproveitou a celebração do Dia de S. João Batista Scalabrini, santo que morreu há 120 anos e se dedicou ao apoio aos migrantes, para agradecer “o trabalho que os scalabrinianos fazem para que seja possível ultrapassar problemas, dificuldades e obstáculos”.

A Igreja celebra habitualmente a 1 de junho a memória litúrgica do beato João Batista Scalabrini.

LJ/OC

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