Setúbal: «Fomos feitos para sermos felizes, para sermos santos», afirma D. Américo Aguiar

Bispo diocesano presidiu à Eucaristia na Paróquia da Quinta do Anjo, na solenidade litúrgica de Todos os Santos

Setúbal, 02 nov 2024 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal afirmou esta sexta-feira, na Missa a que presidiu na Quinta do Anjo, na solenidade litúrgica de Todos os santos, que a santidade não é um caminho ideal de perfeição, mas algo que leva à felicidade.

“Fomos feitos para sermos felizes, para sermos santos”, referiu o cardeal D. Américo Aguiar, na homilia da Eucaristia, informa a Diocese de Setúbal.

O bispo diocesano procurou desmistificar a ideia de que todos os santos são pessoas perfeitas, destacando a dificuldade em atingir ideal.

“Ser santo é viver a vida toda, todas as circunstâncias que a vida nos coloca, com a idade que temos […] e fazermos tudo com empenho, com dedicação, de fazer bem, tendo consciência que às vezes corre mal”, disse, enfatizando que “isto é o caminho da santidade”.

D. Américo Aguiar lembrou o Papa Francisco que “está sempre a dizer” que “não há santos sem passado, nem pecadores sem futuro”.

“Nós às vezes não estamos muito certos nisto”, ressaltou o bispo diocesano, defendendo que as pessoas “têm que ter direito a uma segunda oportunidade, a uma terceira, a uma quarta, a uma quinta”.

“Senão muitos de nós, onde é que nós estávamos?”, questionou.

Segundo o cardeal, a santidade é, portanto, “a capacidade de corresponder de uma maneira especial” às “circunstâncias da vida e às provações”.

Na homilia, D. Américo Aguiar deu conta que “há muitos homens e mulheres que foram santos, mas que não estão na lista oficial”, convidando os presentes a refletir sobre alguém que conheceu, que deu a vida na totalidade, que se esforçou pelos outros, sacrificou a suas vida totalmente pela família, pelo trabalho, pela comunidade.

“Não eram propriamente pessoas de andar todos os dias na Igreja, nem todos os dias a rezar aqui e ali, nem visivelmente a fazer isso”, mas “foram santos”, salientou.

Para o bispo de Setúbal, ser santo é “fazer esse esforço em cada momento, de tomar uma decisão, ter uma palavra, ter um gesto, que seria a presença de Jesus, junto dos irmãos e das irmãs”, lembrando todos o que no mundo mais precisam de ajuda, destacando a comunidade de Valência, em Espanha, que foi afetada por chuvas torrenciais, na passa terça-feira, causando a morte a mais de 200 pessoas, e todos os lugares no mundo onde há conflitos.

Sobre o Evangelho do dia sobre as Bem-Aventuranças, o cardeal afirmou que estas são situações pelas quais todos passam “em diferentes momentos” da vida.

“Que nós sejamos capazes de encarar o dia-a-dia da nossa vida com esta radicalidade da felicidade. Sermos capazes de olhar para a adversidade, para os problemas, para as dificuldades, para os sofrimentos, não tendo consciência do que isso significa, de provação, de dificuldade, de obstáculo, mas tendo consciência que somos povo de Deus e que juntos somos capazes de ultrapassar e de vencer as adversidades que o Senhor nos coloca”, pediu.

No final, D. Américo Aguiar lembrou a ocasião da Semana dos Seminários que se inicia no domingo.

“Pedimos a todos os santos que intercedam junto de Deus, para que algum destes jovens possa equacionar um dia destes ter uma experiência de seminário para ver se Deus os chama a ser, também, um dos seus pastores de servir as nossas comunidades”, concluiu.

A Igreja Católica celebra no dia 1 de novembro a solenidade litúrgica de Todos os Santos, feriado nacional em Portugal.

A data de 1 de novembro foi adotada em primeiro lugar na Inglaterra do século VIII acabando por se generalizar progressivamente no império de Carlos Magno, tornando-se obrigatória no reino dos Francos no tempo de Luís, o Pio (835), provavelmente a pedido do Papa Gregório IV (790-844).

LJ

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Agência ECCLESIA

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