«Venho pedir a todos um gesto de partilha, para todas as vítimas da guerra, independentemente do lado da barricada», afirma o cardeal D. Américo Aguiar
Setúbal, 06 set 2024 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal lançou uma campanha de recolha de fundos de emergência para as populações que vivem na Terra Santa, associando-se à iniciativa do patriarca latino de Jerusalém.
“Venho pedir a TODOS um gesto de partilha para as crianças, jovens, adolescentes e idosos, para as famílias, para TODAS as vítimas da guerra, independentemente do lado da barricada”, afirma o cardeal D. Américo Aguiar, na informação enviada, esta sexta-feira, à Agência ECCLESIA.
“Queremos a PAZ de TODOS para TODOS”, acrescenta o bispo de Setúbal.
Numa mensagem do cardeal Pierbattista Pizzaballa, o patriarca latino de Jerusalém refere as ajudas de “muitas pessoas, instituições e igrejas” que estão a chegar à Terra Santa e pede também o apoio de Portugal.
“Estou certo de que a Igreja de Portugal será também uma parte importante desta rede de solidariedade. Asseguro-vos as nossas orações por vós e a nossa sincera gratidão a todos aqueles que continuam a ajudar através de obras de caridade e de oração”, acrescentou o cardeal Pierbattista Pizzaballa, citado pela Diocese de Setúbal.
A situação que se vive na Terra Santa é “catastrófica”, refere o patriarca latino de Jerusalém, que tem ao seu encargo os cristãos da Terra Santa, com quem o bispo de Setúbal tem estado em contacto.
“As imagens que se veem nos meios de comunicação social não mostram a situação catastrófica em que vive a população, com todas as infraestruturas destruídas, sem escolas, quase sem hospitais e com enormes dificuldades em obter alimentos suficientes para todos. A vida das pessoas será afetada durante muito tempo, tanto do ponto de vista emocional como económico”, desenvolveu o cardeal Pierbattista Pizzaballa.
A Diocese de Setúbal criou uma conta destinada à campanha de apoio à Terra Santa, com o IBAN PT50 00350 77400698530930 22, onde os donativos recolhidos serão destinados “exclusivamente” às vítimas da guerra.
O Patriarcado Latino de Jerusalém começou a distribuir alimentos na cidade de Gaza e está, atualmente, a entregar pacotes que alimentam “entre 5.000 e 10.000 pessoas por mês”, em parceria com a Ordem de Malta, estão a ser “enviadas e instaladas clínicas e farmácias de primeiros socorros”, e estão também a planear uma nova escola provisória para as crianças.
“Iremos concentrar-nos naquilo que é urgentemente necessário em Gaza neste momento: alimentos, cuidados médicos e instalações educativas”, explicou.
A Diocese de Setúbal enviou 35 mil euros para o Patriarcado Latino de Jerusalém, fruto da sua renúncia quaresmal deste ano, o cardeal Pierbattista Pizzaballa afirma que sem os apoios que recebem não poderiam “apoiar todos estes projetos necessários para a população de Gaza”.
Militantes liderados pelo movimento palestino Hamas sequestraram cerca de 250 pessoas no ataque ao território israelita, a 7 de outubro de 2023, no qual foram mortas cerca de 1200 pessoas, a maioria civis.
Após o ataque, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que já provocou mais de 40 mil mortos, na sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do enclave, governado pelo Hamas.
De acordo com o escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, foram distribuídas 700 mil refeições em cada dia na Faixa de Gaza no mês de julho e, no mês de agosto, o número diminuiu cerca de 50% por causa do intensificar do conflito, que obrigou à suspensão do trabalho em pelo menos 70 cozinhas de um total de 200, em todo o enclave.
CB/PR