Cardeal D. Américo Aguiar realça que o Papa Francisco tem colocado estas populações no «centro das suas preocupações»
Setúbal, 13 mar 2024 (Ecclesia) – A Diocese de Setúbal publicou hoje um decreto, assinado pelo D. Américo Aguiar, que cria uma paróquia dedicada aos migrantes, sem base territorial.
Segundo nota enviada à Agência ECCLESIA, o bispo sadino refere que a decisão responde aos gestos e palavras do Papa Francisco, que desde o início do seu pontificado, há 12 anos, tem colocado os migrantes e refugiados “no centro das suas preocupações”.
Em causa, precisa o responsável católico, estão “todos aqueles que, pelos mais diversos motivos, deixaram as suas casas e terras para viverem em terra estrangeira”.
A Diocese de Setúbal refere que “o Código de Direito Canónico, no seu artigo 518, explicita que, apesar das paróquias de base territorial serem a prática e a norma, onde houver necessidade”, é possível constituir “paróquias pessoais, determinadas em razão do rito, da língua, da nação dos fiéis de algum território, ou até por outra razão”.
“A situação atual, quer do nosso território diocesano, quer das pessoas que nele habitam ou por ele passam, exigem novas soluções pastorais que possam ir de encontro às necessidades concretas dos migrantes”, observa D. Américo Aguiar.
Para o cardeal sadino, “é a Igreja, à semelhança de Deus, que deve ir ao encontro de cada migrante, para os acolher e acompanhar do melhor modo possível”.
A nova paróquia, ainda sem pároco nomeado, vai ter sede na Igreja de Nossa do Monte Sião, Paróquia de Amora, e o seu padroeiro será S. João Batista Scalabrini, canonizado em outubro de 2022.
Esta paróquia terá todos os direitos e deveres de qualquer paróquia territorial na diocese, estando também “sujeita às mesmas normas universais e particulares, no que respeita à administração dos sacramentos, dos seus bens e ao relacionamento com a Igreja Universal e particular”, pode ler-se no decreto.
A esta paróquia para os migrantes pertencem “todos aqueles que, no território da Diocese de Setúbal, forem considerados migrantes, à luz dos critérios da lei canónica e da lei civil aplicável.
A nota divulgada pela diocese sadina indica que, “apesar de ainda não haver pároco, é desejo de o bispo sadino poder nomear brevemente o primeiro pároco desta paróquia pessoal, e, em conjunto com os superiores Scalabrinianos, estão em discernimento para concretizar essa nomeação”.
A Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos) foi fundada na Itália, em 1887 pelo espírito missionário de João Baptista Scalabrini, bispo e apóstolo dos migrantes, e, chegou a Portugal há mais de 50 anos; está na Amora, no concelho do Seixal, Diocese de Setúbal, desde 1971.
OC