Presidente do município destacou «atitude sempre proactiva» do prelado
Setúbal, 16 set 2015 (Ecclesia) – D. Gilberto Canavarro dos Reis recebeu a Medalha de Prata da Cidade de Setúbal, uma das principais condecorações desta câmara municipal, que dedicou e partilhou com a Igreja setubalense que o “apaixonou por Cristo”.
“Acolho com surpresa e naturalmente com gratidão. Queria partilhar e dedicar com esta Igreja que me apaixonou por Cristo e me envia também a levá-Lo aos homens e às mulheres como fonte de felicidade e de vida”, disse o administrador apostólico da Diocese de Setúbal.
À Agência ECCLESIA, à margem da cerimónia desta quarta-feira, o prelado acrescentou que também dedica a Medalha de Prata da cidade sadina a “todas as pessoas” que, de forma anónima, “estão atentas aos outros” e “contribuem para humanizar a sociedade” e a tornar mais acolhedora e solidária.
“Reagindo contra uma cultura socioeconómica e de bem-estar centrado no egoísmo que não leva a nada nem a ninguém”, observou D. Gilberto Canavarro dos Reis.
A cerimónia foi um dos momentos altos da celebração do feriado municipal de Setúbal, Dia de Bocage e da Cidade.
A presidente da Câmara Municipal destacou a “atitude sempre proativa” de D. Gilberto Canavarro dos Reis sempre com sugestões e a “sorrir que foi fundamental”.
“É um bispo muito especial que toca a generalidade dos cidadãos, do ponto de vista humano tem uma alma e generosidade muito grande. Relacionou-se muito bem com a comunidade, teve sempre uma palavra amiga e um sorriso dócil a perceber os problemas de Setúbal sem os olhar com ar miserabilista ou negativo”, desenvolveu Maria das Dores Meira.
Para além da Medalha de Prata entregue ao bispo de Setúbal mais 35 personalidades e instituições foram agraciadas com a Medalha de Honra da Cidade.
Na lista de agraciados destacam-se também os nomes do padre Constantino Alves e do padre Luís Manuel Ferreira, respetivamente párocos da igreja de Nossa Senhora da Conceição e de Faralhão e Praias do Sado, que recebam a Medalha de Honra da Cidade na Classe Paz e Liberdade.
“Quando me atribuem uma medalha em nome da paz e liberdade não posso esquecer quem foge da guerra”, revelou o padre Luís Manuel Ferreira que recebeu a distinção com “surpresa”.
O pároco de Faralhão e Praias do Sado apelou ao “acolhimento” de refugiados, de “irmãos que fogem aos horrores da guerra”, “enquanto cristão e homens de boa vontade”.
Neste contexto, o sacerdote observou ainda que a Igreja tem de conseguir responder a este desafio e se a Europa, enquanto comunidade, não responder positivamente “corre o risco de desaparecer enquanto civilização baseada na humanidade e liberdade”.
Por sua vez, o pároco da igreja de Nossa Senhora da Conceição, inserida numa freguesia com cerca de 60 mil habitantes na cidade, adiantou que a medalha “não é motivo de orgulho pessoal”.
“Uma vida que se procura transmitir em gestos, que sejam sinais deste Deus de misericórdia pelas pessoas, através da nossa ação, doação”, disse o padre Constantino Alves.
“Dois padres que também têm uma personalidade muito marcada, muito forte e marcaram muito as suas comunidades. Estão sempre ao lado das pessoas 24 horas sobre 24 horas com uma atitude muito ativa de se fazer, transformar”, comentou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal.
O Papa aceitou a 24 de agosto a renúncia de D. Gilberto Reis, bispo de Setúbal, que a 27 de maio completou 75 anos, idade máxima determinada pelo Direito Canónico para o exercício desta missão e nomeou como novo bispo D. José Ornelas Carvalho, antigo superior geral dos Dehonianos, de 61 anos.
HM/CB
