Setúbal: D. Américo Aguiar presidiu à celebração do Senhor das Chagas (c/fotos)

Procissão percorre as ruas de Sesimbra há 490 anos

Sesimbra, 05 mai 2024 (Ecclesia) – O cardeal D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, presidiu este sábado, pela primeira vez, à procissão do Senhor das Chagas, em Sesimbra.

Na Eucaristia que deu início às festividades, o bispo de Setúbal elogiou a “coragem” dos homens e mulheres que se dedicam ao mar no seu trabalho, e referiu que a história desta terra “é feita por todos os que tiveram a coragem de enfrentar o mar, e de ultrapassar os obstáculos que ele levantava”.

Segundo nota enviada à Agência ECCLESIA, a procissão sai às ruas de Sesimbra há 490 anos, “com uma imagem que o mar trouxe e do braço que uma velhinha entregou ao padre da vila”.

D. Américo Aguiar enalteceu a capacidade de seguir os próprios sonhos.

“Tivemos a sorte de encontrar irmãos e irmãs que, em cada tempo, queimaram a pestana por coisas que hoje nos parecem simples, mas que eram impossíveis na altura”, disse.

“Quando tenho consciência que quero o bem comum, as coisas começam a ficar mais possíveis para que os sonhos aconteçam na vida de cada um de nós”, acrescentou.

A procissão, que decorreu após a celebração da Missa, foi acompanhada por centenas de pessoas que acompanhavam nas ruas ou abriam as suas varandas para lançar pétalas de flores sobre o andor.

O cortejo seguiu até ao forte de Sesimbra, onde D. Américo Aguiar, de frente para várias dezenas de embarcações que ali se juntaram para receberem o Senhor das Chagas, falou sobre a necessidade de “ninguém se sentir dispensado por Deus”.

“Vivam a vida que viverem, somos todos filhos amados de Deus, nunca deixem que vos digam o contrário. O problema não é pecar, é não ter amigos que nos ajudem a levantar. Que cada um se sinta fortalecido por cada um dos irmãos à sua volta”, pediu o bispo de Setúbal.

O cardeal voltou a elogiar a coragem dos que se fazem ao mar, e criticou quem não acolhe o estrangeiro.

“Nós, portugueses, andámos durante séculos pelo mundo a construir império, e agora parece que estranhamos os irmãos que vêm de longe e querem construir a sua vida ao nosso lado”, advertiu.

Com uma relíquia do Santo Lenho, a cruz onde Jesus foi crucificado, nas mãos do bispo, a procissão continuou o seu caminho pelas ruas até regressar à Igreja Matriz.

Depois da terceira pregação, o cortejo saiu em direção à Igreja da Misericórdia, onde a imagem permanece habitualmente e pode continuar a ser venerada, nos próximos dias.

OC

 

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Agência ECCLESIA

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