Setúbal: D. Américo Aguiar desafia comunidades católicas a encontrar «formas mais próximas e eficazes de presença e acompanhamento» junto de quem sofre

Cardeal lança carta pastoral «Semeadores de Esperança», no encerramento das comemorações dos 50 anos de fundação da diocese

Foto: Diocese de Setúbal

Setúbal, 26 out 2025 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal publicou hoje a sua carta pastoral para o ano 2025/2026, sublinhando a necessidade de encontrar novas formas de presença para acompanhar a população que sofre, no território diocesano.

“Vivemos tempos em que muitos enfrentam sozinhos as dores da vida. E são tantas as dores. A doença, a morte e o luto talvez pareçam as mais óbvias e este ano que vivemos, revelou e continua a revelar muitas destas dores. Mas há muitas outras: a solidão, a violência doméstica, o desemprego”, elenca D. Américo Aguiar, num texto divulgado hoje, data dos 50 anos de fundação da Diocese de Setúbal e da ordenação episcopal de D. Manuel Martins, seu primeiro bispo.

“Todas estas realidades nos colocam em situações de fragilidade. Inspirados na compaixão do bom samaritano, devemos procurar formas mais próximas e eficazes de presença e acompanhamento”, apela o cardeal.

A carta pastoral “Semeadores de Esperança”, enviada à Agência ECCLESIA, define as prioridades do novo ano pastoral, dirigindo-se a “todos, todos, todos”.

O cardeal D. Américo Aguiar aponta à continuidade do caminho vivido ao longo do ano jubilar, pelos 50 anos de criação da diocese sadina.

“Desejo que queiramos acolher este novo ano pastoral com a firme certeza de que o Senhor continua a caminhar connosco, nas alegrias e nas tristezas, nos desafios e nas rotinas; é Ele quem nos conduz e sempre com o Espírito da Esperança”, escreve.

O documento recorda a figura de D. Manuel Martins, primeiro bispo sadino, como “defensor dos pobres, peregrino entre os seus”.

“Honrá-lo é continuar a sua missão – não como quem protege uma herança, mas como quem a fecunda com fidelidade criativa”, sustenta D. Américo Aguiar.

A carta anuncia o regresso das visitas pastorais às comunidades, a partir de janeiro de 2026, apresentadas como “momentos de comunhão efetiva, de escuta mútua, de presença ativa do pastor junto do rebanho”.

Outro eixo estruturante é o “Tríduo Sinodal”, em consonância com o processo internacional promovido pelo Vaticano, articulado em três etapas: “2025/2026: ano da escuta e do acolhimento; 2026/2027: ano do discernimento e da reflexão; 2027/2028: ano da ação e do envio”.

O bispo de Setúbal destaca ainda o “novo mapa diocesano”, reorganização pastoral em curso “com espírito de comunhão, paróquia a paróquia”.

D. Américo Aguiar renova o apelo à constituição dos Conselhos Pastorais e Económicos em todas as paróquias: “Não pode haver medo da escuta, nem o sacerdote é um monarca nem os fiéis o podem ignorar, mas todos devem procurar a perscrutação da vontade de Deus”.

A Sé de Setúbal acolhe hoje, pelas 16h30, a celebração evocativa dos 50 anos de fundação da diocese sadina.

“Gostaria que esta celebração não seja vivida como algo que se conclui, mas sim como algo que começa. E para tal, fixemos desde já o nosso olhar no Jubileu da Redenção em 2033”, assinala D. Américo Aguiar.

OC

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