Bispo admite que equilíbrio das contas pode ser colocado em causa por vários fatores, como os problemas financeiras das famílias
Almada, Setúbal, 16 jan 2012 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal, D. Gilberto Reis, admitiu este domingo que o “equilíbrio financeiro” dos centros sociais paroquiais da diocese está “dependente de vários fatores” e pode ser colocado em causa pela atual crise.
Na reunião das direções dos centros sociais paroquiais, realizada no Seminário de Almada, o prelado referiu à ECCLESIA que, no seu conjunto, os centros “estão organizados e equilibrados” financeiramente, mas existe “um ou outro que tem dificuldades”.
A este respeito, o responsável do Centro Social Paroquial de Almada frisou que a crise é notória e visível devido “à dificuldade de liquidez”, tudo isto porque os “encargos com o pessoal são exigentes e as mensalidades são baixas”
Ao falar da instituição que dirige, Carlos Seco adianta que esta necessita de “obras profundas” e as verbas cedidas pelo Estado “não chegam” para as despesas com os idosos.
Com a possibilidade da diminuição das comparticipações estatais, o dirigente daquele organismo refere que é necessário um esforço “muito grande” para que não haja “rutura com os pagamentos ao pessoal e também aos fornecedores”.
Se os donativos eram “uma excelente ajuda”, Carlos Seco lamenta que estes tenham diminuído, mas compreende a situação face às dificuldades atuais.
“Se alguns pais deixarem de pagar as mensalidades ou retirarem os filhos das instituições, as coisas complicam-se”, frisou D. Gilberto Reis, esperando que o Estado “consiga ir ao encontro, através do plano de emergência, de alguma instituição que porventura se encontre em dificuldade”.
O Centro Social e Paroquial da Amora é um daqueles que atravessa algumas “dificuldades sérias”, disse o padre Pedro Granzoto.
A instituição começou a degradar-se há cerca de 5 anos, com o aumento do desemprego, o que levou algumas famílias a terem dificuldades de cumprir “as suas obrigações”.
Como o centro “não pode fechar” porque a comunidade não tem onde colocar os filhos, o sacerdote realça que é fundamental “a criatividade para dar a volta por cima”.
PTE/LFS