Setúbal: Bispo reafirma compromisso de serem «Igreja aberta ao mundo, solidária, promotora da justiça, da dignidade humana e da paz»

«Todos contam, todos fazem falta. Jovens, idosos, crianças, famílias, quem tem Fé e quem não tem» – D. Américo Aguiar

Foto: Agência ECCLESIA/LJ

Setúbal, 16 jul 2025 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal afirma que querem “renovar o compromisso eclesial e missionário”, numa mensagem pelos 50 anos da criação desta diocese, que celebram hoje, “hora de renovar, de escutar, de chamar e envolver todos”, de sonharem “em conjunto”.

“Queremos reafirmar o nosso compromisso de sermos uma Igreja aberta ao mundo, solidária com os mais frágeis e promotora da justiça, da dignidade humana e da paz”, escreve o cardeal D. Américo Aguiar, inspirado pela constituição ‘Gaudium et Spes’ (Alegria e Esperança), do Concílio Vaticano II (1965), numa mensagem à diocese, enviada, esta quarta-feira, dia 16 de julho, à Agência ECCLESIA.

Para a Diocese de Setúbal hoje é “dia de festa, de gratidão e de compromisso”, pelo seu cinquentenário, e, segundo o bispo diocesano, “50 anos são bem mais do que memórias”, são ponto de partida, por isso “é hora de renovar, de escutar, de chamar e envolver todos”, de sonhar em conjunto, e lembra o Papa Francisco, na encíclica ‘Evangelii Gaudium’: “a pastoral em chave missionária exige abandonar o cómodo critério pastoral do “sempre se fez assim”.

“A sinodalidade — esse “caminhar juntos” — é o que queremos viver. Porque só juntos é que somos Igreja. Ninguém pode ficar de fora. Porque todos contam, todos fazem falta. Jovens, idosos, crianças, famílias, quem tem Fé e quem não tem. Quem está perdido e quem procura um sentido para a vida. Todos têm lugar na barca da Diocese de Setúbal”, desenvolveu D. Américo Aguiar.

Segundo o bispo de Setúbal, “neste dia de festa, de alegria e de Esperança”, querem “renovar o compromisso eclesial e missionário”, de serem “uma Igreja próxima, que caminha com todos, especialmente com os que mais sofrem”, de continuarem a formar comunidades evangelizadoras, abertas, acolhedoras e comprometidas, e de levarem o Evangelho “aos mais diversos âmbitos da vida social, cultural e económica da região”.

O cardeal afirma que “Setúbal tem futuro e é uma terra de Fé”, e explica que celebrar 50 anos “é um dom, é uma missão a continuar”, e “com gratidão” pede “ao Senhor” que os fortaleça nesse caminho e abençoe a todos.

“Às famílias, alicerce da nossa terra, aos jovens, presente e futuro da nossa terra, aos idosos a quem tudo devemos, aos trabalhadores, garante da vida dos seus, aos doentes que esperam pelas nossas orações, aos desempregados, para que não percam a esperança, aos migrantes que procuram uma vida mais digna, a todas as comunidades e instituições desta nossa terra”, acrescenta.

Cartaz: Diocese de Setúbal

A Diocese de Setúbal foi criada a 16 de julho de 1975, há 50 anos, pelo Papa São Paulo VI, com a Bula “Studentes Nos”, “num gesto profético, corajoso e cheio de confiança no povo que aqui vive”, segundo o bispo sadino “com o coração voltado” para uma terra generosa e lutadora.

“Agradecemos a Deus por tudo o que fomos vivendo: pelas comunidades que nasceram, pelas vocações que floresceram, pelos pastores que nos guiaram — D. Manuel Martins, D. Gilberto Reis e D. José Ornelas — e por tantos homens e mulheres, de todas as idades, que deram a vida por esta Igreja local, na simplicidade do dia-a-dia, nas dificuldades e nas alegrias”, assinala D. Américo Aguiar, na mensagem publicada online.

“Esta diocese foi gerada em tempos difíceis, num país a mudar, numa sociedade cheia de esperança mas também a viver as dores que as transformações provocam. Aqui, a Igreja quis estar sempre ao lado das pessoas, sobretudo dos mais frágeis, dos que vivem à margem, dos que muitas vezes não têm voz nem vez.”

Este jubileu particular da Diocese de Setúbal, que se liga ao Ano Santo universal da Igreja Católica, inclui um vasto programa celebrativo e comemorativo, como a peregrinação às quatro igrejas jubilares, e encerra-se a 28 de dezembro de 2025; esta Igreja local é constituída por sete vigararias, com 57 paróquias: Almada, Barreiro-Moita, Caparica, Montijo, Palmela-Sesimbra, Seixal e Setúbal.

CB/OC

No contexto dos 50 anos da criação da diocese sadina, memória litúrgica de Nossa Senhora do Carmo, o D. Américo Aguiar tornou públicas as nomeações de párocos, vigários paroquiais, e de serviços, com destaque para o novo vigário episcopal do Clero e da Vida Consagrada, o padre Fernando Miguel Mendonça Alves.

O bispo diocesano publicou também um decreto sobre o Tribunal Eclesiástico de Setúbal, onde informa que decidiu solicitar “ao Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica a autorização para a transferência das competências do Tribunal Eclesiástico de Setúbal para o Tribunal Patriarcal de Lisboa, de todas as causas “não exceptuadas expressamente pelo direito” (cân. 1419 §1), por tempo determinado, à semelhança do que acontece com a Diocese de Santarém”.

A 25 de março de 2017, o então bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho, erigiu o Tribunal Eclesiástico desta diocese, uma vez que, “até esse momento, os processos canónicos” eram tratados no Tribunal Patriarcal de Lisboa, mas, acrescenta D. Américo Aguiar, “apesar de todos os esforços, não consegue dar uma resposta minimamente adequada às solicitações dos fiéis”.

Nesta nova fase, o bispo de Setúbal confia ao vigário-geral, o padre Jorge Manuel Lages Almeida, ser o “delegado junto do Vigário Judicial do Patriarcado de Lisboa para a realização de todas as diligências necessárias à concretização desta mudança”, lê-se no decreto enviado à Agência ECCLESIA.

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