Setúbal: Bispo explica que Crisma «não é a cerimónia da graduação para dizer adeus»

Moita, 28 nov 2016 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal explicou aos jovens que receberam o Sacramento da Confirmação este sábado, na Paróquia da Moita, que “são gente grande” e a “comunidade precisa” deles pedindo que “não se demitam” do contributo que podem dar.

“Isto não é a cerimónia da vossa graduação para dizer adeus, isto é o princípio de vida nova, ativa, tenham gosto para dizer esta é a minha comunidade, eu colaborei para fazê-la, para construí-la, não fiquem simplesmente a ver passar as procissões, participem, levem o andor e calcorreiem as estradas da nossa vida, da nossa cidade, do nosso mundo. É para isso que vocês recebem o Espírito”, disse D. José Ornelas.

Na homilia, enviada à Agência ECCLESIA pela Net Radio Católica (NRC), que transmitiu a cerimónia em direto na internet, o prelado destacou aos jovens que a comunidade precisa deles.

“Não podem vir à Missa simplesmente para vir à Missa, não há uns que produzem e outros que consomem, uns carolas que celebram a Missa, dizem umas palavras, outros que cantam e os outros que assistem, vêm abastecer ao fim de semana”, observou o bispo diocesano.

“Vocês a partir de agora são gente grande, esta comunidade precisa de vocês”, acrescentou, pedindo aos jovens que “não se demitam” de participar na comunidade porque seria “uma tristeza” para eles e “uma falha” para a Igreja.

Segundo D. José Ornelas a comunidade paroquial da Moita tem também “o direito” de pedir aos crismados o seu “serviço da fé, da esperança, o entusiasmo”, aquilo que o Espírito lhes dá.

“Façam da vossa vida um alerta para servir, não é esperar sentadinhos, isto é para esperar operosamente, este mundo precisa de gente amada por Deus, que sente o carinho e amor de Deus e é capaz de pôr ao serviço de um mundo melhor esse capital e vida, de amor, energia, criatividade”, desenvolveu.

D. José Ornelas assinalou também que são uma “comunidade animada pelo espírito”, na cerimónia que marcou também o início do novo Ano Litúrgico no calendário da Igreja Católica e primeiro Domingo do Advento.

“Somos todos transgénicos, recebemos um gene novo”, acrescentou recordando que São Paulo fala do enxerto em Cristo que se recebe pelo Batismo, porque a vida de Deus não acaba.

“A nossa natureza humana não dura para sempre, os nossos genes são falíveis, não podemos viver eternamente. Deus sim, mandou-nos o seu Espírito que é isso que nos faltava, a participação na sua vida para nos fazer viver. Esse é o gene novo que nós temos”, destacou o bispo de Setúbal, na homilia divulgada pela NRC.

CB

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Agência ECCLESIA

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