Setúbal: Bispo convida a ajudar desempregados

D. Gilberto Reis diz que comentários e análises sobre a crise são insuficientes para a resolver

Setúbal, 02 fev 2013 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal afirma na sua mensagem para a Quaresma de 2013 que os comentários e análises à atual crise económico-financeira são insuficientes e apelou à solidariedade para idosos e desempregados.

“Abundam comentários, análises, estudos sobre a situação, tal como previsões sobre o próximo futuro. São bem-vindos, mas há que ir mais longe na visão da realidade e na resposta aos desafios”, refere D. Gilberto Reis, num documento enviado à Agência ECCLESIA.

O prelado convida os católicos a “acudir a quem não consegue, sozinho, obter o mínimo necessário para viver dignamente, em particular os idosos com parcas pensões e os desempregados”.

A mensagem alerta ainda para a importância de estar junto “dos doentes e de suas famílias, de quem vive a solidão forçada, dos pobres, presos e vítimas das drogas, de quem não tem o mínimo necessário para viver”.

Após revelar que a renúncia quaresmal de 2012 recolheu 33 162,59 euros, D. Gilberto Reis anunciou que os donativos deste ano vão apoiar em 70% o Fundo Diocesano de Emergência Social, sendo os outros 30% para o Centro de Dia de Santo António em São Tomé e Príncipe e para os refugiados católicos da Síria.

A renúncia quaresmal é uma prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo.

“Em tempo de profundas mudanças na vida social, económica e cultural, somos chamados a viver as realidades atuais com preocupação e com o olhar e o coração iluminados pelo desafio de um ‘Ano da Fé’”, assinala o texto do bispo de Setúbal, dirigido à diocese.

D. Gilberto Reis admite que se vive uma “hora de dificuldades e de procura” na qual a fé dos católicos pode fazer a diferença.

“A fé leva-nos mais longe no modo de amar. Por ela ultrapassamos o humanitarismo, a solidariedade, a assistência pontual”, sustenta.

O bispo de Setúbal considera que a ação da Igreja Católica supera a “ajuda momentânea” ao próximo e procura “trabalhar pela sua libertação plena”.

A Quaresma, que começa este ano a 13 de fevereiro, com a celebração das Cinzas, é um período de preparação para a Páscoa, maior festa do calendário litúrgico cristão, com a duração de 40 dias, no qual os católicos são chamados a práticas de jejum, penitência e esmola.

“Pelo jejum e abstinência, segundo as propostas da Igreja que urge conhecer bem para as vivermos no espírito eclesial, cultivaremos o desprendimento do que é supérfluo e secundário, para crescer na liberdade de viver os verdadeiros valores que os mandamentos de Deus apontam”, destaca o bispo de Setúbal.

OC

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