Setúbal: A solidariedade «é uma ordem» para os cristãos

D. José Ornelas apresentou reflexão quaresmal e ouviu fiéis em confissão

Montijo, Setúbal, 14 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal afirmou na catequese quaresmal deste domingo que a solidariedade "é uma ordem" para os cristãos e desafiou pessoas e comunidades a “partilhar com fraternidade e justiça” os bens que receberam de Deus.

“A solidariedade não é opção para os discípulos de Jesus, é uma ordem. Quem quer ser discípulo tem de escutar esta palavra – deem vocês de comer aqueles que precisam – senão não somos discípulos. A questão do pão nunca é individual”, disse D. José Ornelas na catequese quaresmal.

O bispo de Setúbal sublinhou que a lei da vida “é solidária”, porque sem isso não é possível viver, e a fraternidade não tem validade “apenas no setor religioso”.

A quinta catequese quaresmal foi proferida por D. José Ornelas no Santuário da Atalaia e teve por tema ‘Fazei isto em Memória de Mim – A Partilha do Pão’, uma oportunidade para propor uma reflexão sobre o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, que o bispo não considera apenas um “acontecimento importante no passado” mas transmite algo “ligado à essência da comunidade de Jesus”, sendo o início da “revolução que Ele quer causar”.

“Vem iniciar uma revolução na maneira de pensar, na forma de nos relacionarmos uns com os outros, na forma de trabalharmos, de esperarmos o nosso futuro”, observou, sobre a passagem do Evangelho que se insere num “período significativo da vida pública de Jesus”.

D. José Ornelas destacou que a resposta de Jesus aos discípulos, perante a fome da população, é o “primeiro pilar da sua revolução”, uma ordem de “compaixão com a multidão”.

“Escutar a Palavra não é apenas um gesto piedoso, implica pacto de solidariedade, de comum sensibilidade e de mútua responsabilidade”, revelou o bispo diocesano, para quem à “necessidade de ouvir a Palavra” é preciso a observância das “necessidades práticas da vida” – “comer, vestir, pensar no futuro” – porque não se pode “ficar à margem da fé” que se professa.

“Para que serve a comunidade de Jesus, só para estômagos fartos?”, questionou o bispo de Setúbal  alertando que Cristo não quer que esta seja um “grupo fechado", daqueles que "vivem bem" e sem "problemas”.

Neste contexto, assinalou que o exemplo “é de atitude aberta, solidária, disponível, de “hospital de campanha”, como referiu o Papa Francisco.

"A fome que mata milhões de pessoas em todo o mundo não pode deixar de queimar o estômago de quem quer que sinta o mínimo de dignidade humana. Quem escuta o Evangelho, como discípulo tem de sentir a mesma compaixão misericordiosa do Mestre, tem de assumir compromisso para com as bocas, espíritos, corações famintos de pão, educação, companhia, carinho”, desenvolveu D. José Ornelas.

Depois da Catequese Quaresmal, iniciou-se um momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento e de confissões onde o prelado também ouviu os fiéis.

Nesta catequese celebraram o seu Jubileu da Misericórdia o Caminho Neocatecumenal e as Vigararias do Montijo e do Barreiro/Moita.

A última reflexão da Quaresma, do bispo de Setúbal, está marcada para as 15h30, do dia 20, Domingo de Ramos, no Santuário do Cabo Espichel.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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