Presidente da União das Misericórdias Portuguesas lamenta que outros ministérios não se preocupem com a sustentabilidade das instituições sociais
Lisboa, 17 mar 2014 (Ecclesia) – O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, elogia a preocupação do Ministério da Solidariedade e Segurança Social pela sustentabilidade das instituições sociais e lamenta que essa ajuda não se estenda a todo o Governo.
“Registo e aplaudo a enorme preocupação do Ministério da Solidariedade e Segurança Social mas gostaria que este contrato de parceria se estendesse a outras áreas de governação porque o estado não se constitui por ilhas isoladas e cada vez mais o que acontecesse num ministério reflete-se nos outros”, lamenta Manuel Lemos em declarações feitas hoje à Agência ECCLESIA.
“O Ministério da Solidariedade e Segurança Social está a mostrar preocupação com a sustentabilidade das instituições de solidariedade mas infelizmente isso não se verifica noutros setores do Estado”, acrescenta.
“Os investimentos feitos na rede de cuidados continuados é um dos exemplos em que o Estado não está a cumprir os contratos celebrados com as instituições de solidariedade social”, denuncia o presidente da UMP.
Esta tarde, às 18h00 é assinada em São Bento, Lisboa, uma adenda ao protocolo de cooperação entre o Governo e o setor social celebrado em novembro de 2012
A adenda é assinada por Pedro Passos Coelho e o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e os três representantes do setor social: a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, a União das Misericórdias Portuguesas e a União das Mutualidades Portuguesa.
Para presidente da UMP, Manuel Lemos, a assinatura desta adenda do protocolo assinado para 2013/2014 “é importante porque faz um ajuste de valor e ajusta algumas normas do protocolo que a experiência demonstrou que precisavam de esclarecimento”.
Também nesta assinatura está presente o Fundo de Reestruturação do Setor Solidário no valor de 30 milhões de euros “algo essencial porque tem a ver com a solidariedade entre as instituições de solidariedade” que “tem de ser gerido com muito rigor e exigência”.
Manuel Lemos explica em declarações à Agência ECCLESIA que este fundo pretende assim ser “uma tentativa conjunta do Estado e das entidades representativas do setor solidário” para “acudir às instituições que têm possibilidade de ser reestruturadas” ajudando a que estas possam sair de “uma situação de grande dificuldade financeira por vários motivos”.
“As instituições de solidariedade, misericórdias e instituições da Igreja têm sido a almofada social do país mas é necessário encontrar rapidamente ajustes globais para esta crise porque as instituições estão cansadas e sem recursos”, concluiu Manuel Lemos.
MD