Sete Palavras de Cristo na Cruz: «Não perdoar é não acreditar no ser humano» – D. António Couto

Comentário do bispo de Lamego e especialista em Sagrada Escritura

Lisboa, 13 abr 2025 (Ecclesia) – D. António Couto, bispo de lamego e investigador da Sagrada Escritura, comentou as últimas palavras de Cristo na Cruz, reunidas em sete frases bíblicas, e referiu-se ao perdão como condição essencial para “acreditar no ser humano”.

Para o biblista, não perdoar “é não acreditar no ser humano e, obviamente, não acreditar em Deus”.

“Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, uma afirmação retirada do evangelista Lucas (capítulo 23, versículo 34), é a expressão que traduz a primeira palavra de Cristo na Cruz, colocando no centro o perdão que, como nas restantes seis palavras, são orações de Jesus.

No comentário ao pedido de perdão que Cristo faz na Cruz, “nesse momento de dor e de tormento”, D. António Couto afirma que Jesus “é o primeiro a reagir à sua própria crucificação”, “não se desvincula do Pai” e pede o perdão para todos.

“Nós percebemos perfeitamente que estamos implicados naquele ritual do assassínio de Jesus, da morte de Jesus”, sublinhou.

O bispo de Lamego referiu-se à ausência de perdão na atualidade, afirmando que “é uma das chaves de leitura importantíssimas” para cada pessoa e para o relacionamento entre povo e nações.

“Nós não sabemos dizer a palavra perdão, dizê-la e fazê-la, não sabemos… Então recorremos a todos os recursos que hoje a tecnologia nos oferece para darmos cabo daquele que é o meu inimigo”, afirmou.

Em cada dia da Semana Santa, D. António Couto vai comentar as Sete Palavras de Cristo na Cruz e no programa Ecclesia de Sexta-feira Santa, na RTP2, partilha o essencial da análise bíblica de cada uma.

Sete Palavras de Cristo na Cruz

  1. «Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lc 23,34)
  2. «Hoje estarás comigo no Paraíso» (Lc 23,43)
  3. «Mulher, eis o teu filho! Eis a tua mãe!» (Jo19,26-27)
  4. «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» (Mc 15,34)
  5. «Tenho sede!» (Jo 19,28)
  6. «Tudo está consumado» (Jo 19,30)
  7. «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23,46)

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