A afirmação «tenho sede» mostra a vontade de cumprir a vontade do Pai até ao fim, afirma o biblista
Lisboa, 26 abr 2025 (Ecclesia) – D. António Couto considera que a expressão de Jesus na Cruz “tenho sede” indica o desejo de “um mundo novo” e a determinação em cumprir “toda a Escritura”, de fazer a “vontade do Pai até ao fim”.
“Esta sede de quem tem de beber a vontade do Pai, a vontade do Pai até ao fim, está aqui. Expressa bem que Jesus não quer deixar a sua obra a meio ou a obra de Deus a meio, e vai levá-la até ao fim”, afirma.
O bispo de Lamego, biblista, comenta esta Semana Santa as Sete Palavras de Cristo na Cruz, sendo a quinta Palavra a que se refere à expressão de Jesus “tenho sede”, do evangelista João, no capítulo 19, versículo 28.
D. António Couto refere que a obra de Deus para Jesus “vem lá de atrás” e é referida ao longo de “toda a Escritura”, também com a mesma oração em torno da sede de Deus, nomeadamente no Livro dos Salmos, “sobretudo nas súplicas individuais” e depois quando Jesus refere que “tem de beber o cálice que o Pai lhe deu”.
“Jesus vai beber o cálice até ao fim, que é o cálice da morte, mas é uma morte por amor”, sublinha.
O bispo de Lamego refere que Jesus “não está a fazer teatro”, mas está “numa situação de morte, uma situação de angústia”, lembrando que em situações semelhantes as pessoas não têm a “mesma disposição de Jesus”.
“Jesus está atento ao Pai, nunca se desliga do Pai, nunca se desvincula, desde o princípio”, afirma o bispo de Lamego, referindo que “Ele permanece ‘Senhor’ mesmo em atos supremos de sofrimento e sabe dar um sentido ao Seu sofrimento”.
D. António Couto comenta, ao longo da Semana Santa , as Sete Palavras de Cristo na Cruz; foram publicados os comentários às expressões de Jesus “Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34), “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43), “Mulher, eis o teu filho! Eis a tua mãe!” (Jo19,26-27) e “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mc 15,34).
Depois da reflexão sobre a afirmação “Tenho sede!” (Jo 19,28), o biblista vai comentar na Sexta-feira Santa a expressão “Tudo está consumado” (Jo 19,30) e, no início do dia de Sábado Santo, o significado da expressão de Jesus “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).
Na Sexta-feira Santa, pode ver e ouvir uma síntese da reflexão de D. António Couto sobre as Sete Palavras de Cristo na Cruz no programa Ecclesia, em emissão na RTP2, pelas 15h00.
PR
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Sete Palavras de Cristo na Cruz
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