O polaco Marcin Zatyka fala da sua ligação com esta comunidade religiosa, uma história que começou quase por acaso
A comunidade religiosa de Taizé, em França, tem vindo a assumir-se como um espaço de oração, de reflexão e de acolhimento para milhões de pessoas, de todo o mundo. Algumas voltam várias vezes, outras sentem-se mesmo chamadas a dar um pouco mais de tempo àquela pequena aldeia, procurando retribuir os dons que receberam.
Numa altura em que Taizé cumpre 70 anos de existência, a ECCLESIA dá a conhecer o caso de Marcin Zatyka, que serviu como voluntário naquela comunidade durante um ano.
Um tempo em que o jovem polaco ajudou os Irmãos a acolher os muitos jovens que, semanalmente, visitam a região, e também colaborou na preparação dos encontros europeus, que Taizé organiza no final de cada ano.
“Como voluntário, é preciso ter-se um equilíbrio de vida, porque há muita coisa para fazer. Há muito trabalho mas também há tempo para o estudo da bíblia e para a meditação”, explica Marcin Zatyka.
Olhando para trás, ele considera que aquele ano foi uma experiência muito positiva, tendo assistido a verdadeiras transformações, junto das pessoas com quem contactou.
“Encontrei pessoas muito tímidas, que durante a sua estadia em Taizé abriram-se cada vez mais à mudança, facilitaram a sua vida”.
Por vezes, falta apenas uma pequena peça, para completar aquele espaço em branco, no coração das pessoas, que não as deixa atingir o seu equilíbrio interior. No caso de Marcin Zatyka, essa peça surgiu quase por acaso.
[[a,d,1405,Entrevista a Marcin Zatyka, que durante um ano foi voluntário na comunidade ecuménica de Taizé]]Quando ainda andava na escola secundária, a sua paróquia ia organizar uma viagem a “uma aldeia francesa”, conta, acrescentando que “na altura, o que o atraiu não foi essa parte, foi a possibilidade de passar por várias cidades europeias”.
Ao chegar a Taizé, o jovem polaco começou por não se querer envolver muito naquele ambiente, “porque não era pessoa muito ligada à Igreja”.
O que descobriu depois iria transformar por completo a sua vida. “Marcou-me o silêncio e a forma de oração, muito simples, cheia de cânticos, que cada um podia rezar, sem obrigação”, revela.
A confiança foi outro dos tesouros que Marcin Zatyka encontrou, “nos irmãos que ali estão, que abrem as mãos para qualquer pessoa, sem perguntar se é crente ou de onde vem”.
À medida que se foi integrando na dinâmica da comunidade de Taizé, na reflexão, no silêncio, na simplicidade, o objectivo inicial da sua viagem perdeu importância. “Na segunda parte da viagem, ao chegar às cidades europeias, senti um vazio, todos os dias”, conta o jovem polaco.
A necessidade de tomar parte na dinâmica de fé, livre e simples, daquela comunidade religiosa já levou Marcin Zatyka a visitar Taizé por onze vezes, a participar em diversos encontros europeus e, como vimos, a permanecer lá um ano, como voluntário.
A história de Taizé e do seu fundador estão em destaque, ao longo desta semana, no Programa da Igreja Católica na Antena 1, a partir das 22h45.