Ser leigo no meio do mundo

Termina hoje Assembleia Internacional da CVX com forte sentido de comunhão e missão apostólica Termina esta tarde, em Fátima a Assembleia Internacional da Comunidade de Vida Cristã – CVX. Este foi um tempo de grande comunhão e identidade, aponta À Agência ECCLESIA Carla Rebelo, responsável portuguesa pela CVX. “Fomos convidados a olhar com maior detalhe que passos devemos dar para nos tornarmos o corpo apostólico desejado”, exprime. Carla Rebelo dá conta que os participantes ganharam “maior clareza sobre a identidade”, enquanto vocação laical inaciana na Igreja, mas com um grande enfoque no que nos pode ajudar a viver esta dimensão de forma mais eficaz e concreta. Um forte sentido de comunhão tomou conta dos participantes, “sobre o que é a nossa identidade base assente na espiritualidade inaciana, mas também nos princípios gerais da vida cristã”, que estão documentados desde 1967. “É importante explicitar publicamente quais os traços da nossa identidade”, aponta a responsável. Tendo como pano de fundo o desejo de “sermos um corpo apostólico mais eficaz na construção do reino”, Carla Rebelo explica que a assembleia reflectiu em aspectos muito concretos na forma como a CVX se organiza e sobretudo “na forma como podemos aproveitar a riqueza dos materiais e experiências das comunidades a nível mundial”. A responsável portuguesa sublinha “boas práticas que se desenvolvem e a importância de trocar essas mesmas experiências”. Implantados em 58 países (57.300 membros), a CVX está também presente em Portugal e conta actualmente com cerca de 800 membros que se reúnem em pequenos grupos implantados em Évora, Almada, Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Covilhã, Castelo Branco, Porto, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Guimarães, Famalicão, Braga e Viana do Castelo. Perante tamanha diversidade, Carla Rebelo afirma ser possível traçar um caminho comum. “O que nos une mais profundamente é o nosso sentido de identidade e o enraizamento na espiritualidade inaciana”. A Europa atravessa uma fase de confronto com as tendências seculares, a Ásia confronta-se com entidades religiosas muito diferentes, mas “apesar de realidades culturais muito distintas, há um fio condutor comum que é muito profundo”. Carla Rebelo afirma que os membros da comunidade podem ser diferentes actuando nas “prioridades apostólicas que cada região define”. Os desafios que a Europa enfrenta serão um desafio “cultural, trabalhando explicitamente com os valores do Evangelho numa sociedade cada vez mais secular”, quando os desafios na América Latina, por exemplo, “tenderam a centrar-se no trabalho pela justiça e igualdade dos mais pobres”. A vida familiar, profissional e cívica são palcos privilegiados que a Europa, e os portugueses escolhem para estar em missão. “A nossa vida é missão e esta missão pode ser vivida em família, no trabalho, nos ambientes sociais ou em actividade apostólicas específicas”, acrescenta. Os membros da CVX têm o objectivo de unificar “fé e vida”, daí a importância da “meditação e da oração”, salienta Carla Rebelo, que acrescenta ainda que “procuramos viver a vida de forma integrada onde todas as dimensões são lidas através da oração e numa atitude contemplativa na acção”. O Superior Geral dos Jesuítas, o Pe. Adolfo Nicolás, esteve em Portugal para participar na Assembleia da CVX. Carla Rebelo dá conta de um “apelo fortíssimo” para “crescermos enquanto comunidade profética, para levarmos os valores do Evangelho em todas as realidades que nos movemos”. Carla Rebelo dá conta de uma mensagem muito “consoladora e muito confirmadora do que somos chamados a fazer”. Reconhecendo um ritmo diferente, mesmo entre comunidades, onde algumas se sentem chamadas a trabalhar no fortalecimento interno e outras em missões apostólicas, a representante portuguesa aponta que “estando em processo de crescimento é importante uma vivência que acompanhe todas as comunidades, respeitando cada ritmo e processo”.

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