Natal: «Lugares improváveis» onde Jesus nasce hoje «são as ruínas da guerra» e «as bermas das estradas» (c/ vídeo)

«Deve renovar-se a súplica pela paz», pede D. Rui Valério, referindo-se a uma época que «ultrapassa barreiras e divisões»

Lisboa, 24 dez 2024 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa disse que os “lugares improváveis” onde Jesus nasce hoje “são as ruínas da guerra” e “as bermas das estradas”, referiu-se a uma época que «ultrapassa divisões» e apelou a uma “súplica pela paz”.

“Deve renovar-se a súplica pela paz na Ucrânia, na Terra Santa, lugar onde Jesus nasceu, na República Centro-Africana e em tantas outras geografias onde Jesus quer instaurar o caminho da civilização do amor e do encontro”, afirmou D. Rui Valério na mensagem de Natal.

O patriarca de Lisboa apontou a um «caminho do Natal que é de luz, de paz, de esperança e de serviço», lembrando a condição comum de “peregrinos, nómadas e parceiros”.

A luz brilha nas trevas e mostra-nos que a vida desponta em lugares improváveis: no tempo inaugural foi num curral e numa manjedoura, materialização de não aceitação de repúdio; hoje esses lugares improváveis são as ruínas da guerra, as bermas das estradas, lar de tantos pobres e de Sem-Abrigo”.

O patriarca de Lisboa sublinhou que o “Natal é caminho de paz, porque aproxima todos os homens e mulheres, reunindo-os por um mesmo ideal de humanidade que enxerga na dignidade de cada homem o alicerce dos valores da vida, da justiça, da fraternidade e da liberdade”, e “oferece um horizonte de plenitude e transcendência radicado em Deus”.

D. Rui Valério referiu depois que o Natal é “caminho de esperança”, recordando que o “Menino do presépio faz com que cada fragmento da existência nunca seja fruto do acaso, nem uma ameaça, mas tudo ele transforma em promessa”.

“Jesus nasceu no presépio e não num lugar aconchegante. À sua volta não tinha todos os cuidados, nem um berço preparado, nem a assistência básica dos nossos dias, contudo, isso não impediu que no meio de um lugar improvável emergisse a vida”.

O Natal tem uma força transformadora, que é capaz de tornar lugares de ruína e de morte em lugares de vida. E isso continua a acontecer hoje”.

Na mensagem de Natal, o patriarca de Lisboa valorizou ainda o “caminho de serviço” nesta quadra, que celebra o nascimento de quem “veio ao mundo não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida pela humanidade”.

“Na oferta de si, restabelece o sentido profundo e originário da nossa identidade que se realiza não no ter, nem no fazer, nem tampouco no ser, mas em Deus”,. afirmou.

D. Rui Valério lembrou que “o Natal ultrapassa barreiras e divisões e resolve diferenças culturais, raciais, religiosas e até linguísticas”, ao fazer acontecer encontros “com alguém que é sempre ‘alguém’, pessoa, não um anónimo, mas que tem rosto, tem história, tem dignidade”.

PR

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