Grupo missionário de Leiria – Fátima aposta na formação e acompanhamento de crianças, jovens e mulheres
Ao abrigo da Comissão Europeia, Inês Pereira integra o Projecto «Ser jovem no Gungo» que o grupo missionário da diocese de Leiria – Fátima, Ondjoyetu, desenvolve em Angola.
Há um mês na comunidade no Gungo, Inês destaca os primeiros dias como “fundamentais” para um processo de “conhecimento, adaptação e integração a uma cultura completamente diferente”. As condições da comunidade requerem também uma adaptação. O Gungo é uma comunidade isolada, onde as vias de comunicação “ficam muitas vezes intransitáveis, não há rede telefónica, luz eléctrica, nem água potável”.
Esta jovem missionária, que repete a experiência de missão, regista muitas marcas de guerra, nos edifícios, nas pessoas e nos seus comportamentos. “Algumas pessoas ainda temem a guerra, outras, aos poucos, vão construindo as suas vidas e organizando o melhor que conseguem”.
Esta realidade tem consequências na forma como vivem os jovens e as crianças, assinala a Inês Pereira. Nem todas as crianças frequentam a escola primária, têm acesso à educação básica, os cuidados básicos de saúde são escassos e a taxa de gravidez na adolescência é muito elevada.
“Tudo isto contribui para uma grande dificuldade em «ser jovem» e em «sentir-se jovem». Rapidamente os adolescentes assumem papéis de adultos, assumindo a organização familiar e financeira”.
Apesar do quadro traçado pela jovem missionária, “é possível encontrar jovens muito motivados para aprender, para conhecer mais do mundo, para explorar novos conhecimentos”.
A integrar uma equipa missionária que o grupo Ondjoyetu mantém no Gungo, Inês Pereira dá conta que foi estabelecido a “realização de um encontro mensal com todos os jovens da missão”. O próximo vai centrar-se no tema «ser jovem» com o objectivo de os participantes “descobrirem o que é esperado de um jovem e quais os papéis que devem assumir”.