Sentir o cristianismo no meio dos jovens

Participação da delegação portuguesa, em Loreto, deixa recordações e abre perspectiva para ir a Sydney Foi o encontro com Bento XVI que ditou a viagem dos portugueses a Loreto, mas o Pe. José Júlio, destaca também as actividades paroquiais, o acolhimento dos jovens em Ascoli, “que se esmeraram aos máximo para estar com a nossa delegação foi espectacular”. 25 jovens de Viseu, Santarém, Vila Real, Algarve e Viana do Castelo rumaram a Loreto, para participar no Ágora, o encontro de Bento XVI com os jovens italianos. O convite da organização para que uma delegação portuguesa se fizesse presente ditou uma experiência que dificilmente os jovens vão esquecer. Enquanto responsável pelo Departamento Diocesano da Pastoral Juvenil de Viseu, valoriza os encontros culturais e o “alargamento dos horizontes da fé” que possibilitam perceber que “há várias formas de todos rezarmos”. Com dinâmicas diferentes, no meio do uma cultura diferente, com diversas pessoas “que a fé é a mesma, assim como o Cristo”. O diálogo que durante três horas Bento XVI manteve com os 400 mil jovens, na tarde de Sábado, “foram prova que tanto as dificuldades como as esperanças são as mesmas no meio dos jovens”, explica. A Eucaristia no Domingo foi um dos momentos altos de todo o encontro. O Pe. José Júlio destaca no entanto “os momentos na paróquia de Ascoli”, onde recorda o acolhimento das famílias e a noite de partilha com os jovens italianos, a somar aos dois dias posteriores ao encontro com Bento XVI “onde estivemos a conhecer melhor alguns locais”. O regresso aconteceu na Quarta feira, dia 5, mas já a pensar em Sydney. “Gostaríamos muito de ir, apesar de ser muito dispendioso”, adianta – cerca de 2 mil euros é o preço para um estudante português. Mas no entusiasmo dos jovens portugueses durante regresso, esse desejo era evidente. Pedro Leitão Alves, da diocese de Viseu, permaneceu em Itália para representar Portugal num encontro de jovens do Mediterrâneo. O desejo de um jovem de 25 anos ir a Loreto surgiu a partir do conhecimento de que Bento XVI estaria num encontro de jovens. Fazendo parte da Pastoral Juvenil de Viseu “achei que o partilhar experiências com jovens com uma realidade próxima da minha seria muito enriquecedor”. Momentos diferentes de grande importância pontuaram a sua participação em Loreto. Em Ascoli “pudemos perceber o entusiasmo dos jovens em nos receber”, aponta. Uma das constatações que Pedro Leitão fez foi a “imagem que eles têm de Jesus Cristo”. Os portugueses têm uma vivência em Cristo “mais pessoal e directa, encaramo-lo como um amigo e os italianos, nas celebrações, são menos espontâneos”, dando uma ideia mais distante, acrescenta. A presença de bandas de rock, de artistas conhecidos como Andrea Botecceli no primeiro dia do encontro em Montorso, “ajudou a perceber a cultura italiana, possivelmente mais cristã que a nossa”, explica. O sentir o cristianismo como um valor universal é uma “experiência marcante”. A chegada de Bento XVI ao recinto, em Montorso, foi um momento descrito como emocionante. “O nervosismo sentido pelos jovens, o arrepio que se sentia quando o Papa passava por nós ou nos acenava” foi inesquecível. Mas Pedro Leitão teve posteriormente oportunidade de estar a só com Bento XVI, “para um cumprimento pessoal”, lembra. Este acontecimento decorreu no posterior encontro dos jovens do Mediterrâneo com o Papa. Uma oportunidade para, junto de 50 jovens, perceber a sensibilidade da juventude neste espaço geográfico, a vivência nos seus países e perceber o que os une mas também as diferenças culturais inerentes. “As dificuldades que em Portugal sentimos, são também sentidas na Líbia, na Tunísia”, explica Pedro Leitão. O representante português afirma a importância que este encontro está a ter em Itália. Solicitados por vários órgãos de comunicação social, Pedro explica que está a ter oportunidade de viver coisas que não imaginava. “Celebrar a eucaristia junto ao túmulo de Pedro, por exemplo e de falar com o Cardeal Ruini”. Em comparação com a realidade portuguesa “estes encontros têm de facto maior atenção”, explica. Em Itália até ao próximo Domingo, Pedro Leitão assegura que esta riqueza será para partilhar em território nacional. “O mais importante é mesmo o testemunho”. Teoria há muita, afirma, “há agora que aprender técnicas de encontro e de participação na Igreja”, de forma a sentirem-se “responsáveis na evangelização”.

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Agência ECCLESIA

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