Responsáveis em Portugal debateram novo documento do Vaticano
Porto, 08 set 2017 (Ecclesia) – A Comissão Episcopal Vocações e Ministérios (CEVM) reuniu os formadores dos seminários em Portugal para analisar o novo documento do Vaticano sobre a preparação dos sacerdotes católicos que realça a “formação integral” e a maturidade psíquica, sexual e afetiva.
“Há novas linguagens, há novas questões, há novos desafios, para os quais temos de preparar os futuros pastores que hoje estão nos nossos seminários”, disse o presidente da CEVM à Agência ECCLESIA.
Segundo D. António Augusto Azevedo, a mudança não deve ser entendida “no sentido radical, profundo”, mas de “renovação, ajustamento”: “Uma formação integral e integrada é um desafio importante para o futuro.”
O bispo auxiliar do Porto destaca o “conceito importante” que na formação dos sacerdotes têm que procurar, cada vez mais, “integrar as várias dimensões”, como indica o documento da Santa Sé.
A dimensão humana, a formação, e a de fé dos jovens que “cresceram nas comunidades” com “sonhos, projetos e, por ventura, debilidades”, sem esquecer também a “formação intelectual”, tendo em atenção que hoje “quem chega ao seminário maior, muitas vezes, não tem formação de base” do seminário menor.
“Dai a importância que começa a ter e vai ter o tempo propedêutico, prévio, preparatório do seminário maior, e depois toda a formação espiritual e pastoral”, acrescentou D. António Augusto Azevedo.
A Congregação para o Clero (Santa Sé) publicou em dezembro de 2016 o decreto orientador para a formação de futuros padres na qual é sublinhada a importância da “formação integral” e da maturidade psíquica, sexual e afetiva.
Sobre o crescimento afetivo, D. António Augusto Azevedo observa que é importante ter presente o que foi “o crescimento dos jovens que estão nos seminários, acompanhando esse crescimento e percurso”.
A ‘Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis´ foi atualizada 46 anos depois; Intitulado 'O dom da vocação presbiteral', tem mais de 80 páginas,
A CEVM convidou para o encontro de formadores dos seminários em Portugal D. António Couto, bispo de Lamego; o padre Adelino Ascenso, missionário da Boa Nova; o padre Carlos Carneiro, jesuíta; o padre Luís Marinho, assistente do CNE; e o cardeal-patriarca de Lisboa.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Manuel Clemente destacou que o novo documento “insiste” em dois pontos, nomeadamente, que antes da formação no seminário maior exista o tempo propedêutico, no “mínimo um ano, máximo dois”, mas que seja para “esclarecimento vocacional e da própria vocação cristã”.
“É preciso tratar da formação básica cristã que muitas vezes não aconteceu como noutros tempos em que as famílias transmitiam mais facilmente aquilo em que acreditavam. Hoje não está tão garantido”, desenvolveu o cardeal-patriarca, à margem do encontro na Diocese do Porto com cerca de 60 participantes de todo o país.
Outro ponto, segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, é que a formação no seminário “seja unificada, integrada e integradora” e não tão compartimentada com os estudos filosóficos, teológicos e experiências pastorais.
“Que todas as dimensões sejam integradas para dar personalidade mais preenchida de tudo o que é necessário para o exercício sacerdotal”, acrescentou D. Manuel Clemente.
HM/CB/OC