Seminários: Conferência Episcopal Portuguesa analisou «inserção» dos padres na vida das dioceses

Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios vai dar continuidade a esta reflexão, «com propostas concretas»

Foto: Agência ECCLESIA

Fátima, 13 nov 2025 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) analisou a pastoral vocacional, a formação nos seminários, a inserção dos padres na vida das dioceses e a sua formação permanente, na 212.ª Assembleia Plenária, que terminou, hoje, em Fátima.

“Com base numa reflexão dos formadores de seminários na Igreja em Portugal, os participantes da Assembleia analisaram a pastoral vocacional, a formação nos seminários, a inserção dos padres na vida das dioceses e a sua formação permanente”, informa o comunicado final da Assembleia Plenária, enviado à Agência ECCLESIA.

A Conferência Episcopal Portuguesa explica que é necessário “despertar vocações no seio das comunidades, aprofundar os modelos de formação e preparar padres que cuidem das suas relações humanas e vida interior”, num mundo em mudança, com uma realidade complexa do ponto de vista social e cultural.

A Assembleia Plenária da CEP, de novembro de 2025, acrescenta que é necessário também que os padres “superem as dificuldades”, deem testemunho de uma vocação feliz e sejam capazes de “responder aos desafios deste tempo” para ir ao encontro do Povo de Deus numa Igreja que se deseja sinodal e missionária.

Segundo o comunicado final deste encontro dos bispos portugueses, a Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios da CEP vai dar “continuidade à reflexão” com propostas concretas comuns “tendo em conta a realidade das Dioceses”.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa explicou que a primeira acentuação “é cuidar do ser humano, de cada um dos candidatos, e também de cada padre, e de cada bispo”, porque são seres humanos como os outros, e é ter “ocasião e oportunidade de tratar de si próprios”.

“E, hoje, os seminários são muito diferentes daquilo que eram no passado, na forma de integrar, por exemplo, a psicologia, de integrar não só o ambiente recluso do seminário, mas abertura, seja à Igreja, seja à família, de um modo harmónico e humanamente realizador para a sua própria vida e missão. Isto tudo é a base dessa formação”, destacou na conferência de imprensa aos jornalistas.

D. José Ornelas destacou um segundo ponto que é o “da consciência e a liberação do papel dos leigos dentro da vida e da missão da Igreja”, lembrando que têm “menos vocações”, e, na sequência de um passado, em que, praticamente, “o padre era aquele que fazia tudo e sabia tudo, em quem “se concentrava toda a vida”, mas, hoje, “a realidade é bastante diferente”.

“E ter essa participação laical, é isso que nós pretendemos também, é um dos aspetos fundamentais da vida e deste projeto do caminho sinodal da Igreja; é potenciar novas formas de estar em que os leigos, e temos também em Portugal muitas coisas diferentes, entre os leigos, por exemplo, mesmo no ensino da Teologia, a presença de uma das coisas que diz também o sínodo, do ambiente feminino dentro da organização, dos seminários, etc., e também o feminino na forma de fazer teologia e pensar a Igreja”, desenvolveu o bispo de Leiria-Fátima.

A 212.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), decorreu de 10 a 13 de novembro de 2025, em Fátima.

Além dos membros da CEP estiveram presentes como convidados o encarregado de Negócios da Nunciatura Apostólica, o presidente e a vice-presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), e a recém-eleita presidente da Conferência Nacional dos Institutos Seculares de Portugal (CNISP).

A CEP é a entidade representativa da Igreja Católica em Portugal e uma das conferências mais antigas, atuando regularmente como tal desde os anos 30 do século passado, embora só em 1967 tivesse os primeiros estatutos.

São membros de pleno direito da CEP os bispos diocesanos, incluindo o das Forças Armadas e de Segurança, os bispos coadjutores e auxiliares.

CB/

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