Semana Santa: Via-Sacra parte junto ao maior centro comercial de Lisboa

«Há sempre alguém que acha curioso os católicos serem capazes de ir para a rua fazer a sua oração», diz pároco de Benfica

Lisboa, 06 abr 2012 (Ecclesia) – A Via-Sacra da paróquia de Benfica vai partir hoje à noite junto ao maior centro comercial de Lisboa e a uma das mais importantes estações de metro e autocarros da capital portuguesa.

O percurso que se inicia às 21h30 numa capela situada nas imediações do Centro Comercial Colombo, do terminal do Colégio Militar e do maior estádio de futebol do país, no extremo da paróquia, vai percorrer as ruas até à igreja matriz de Benfica, revelou o pároco à Agência ECCLESIA.

“Há sempre alguém que acha curioso os católicos serem capazes de ir para a rua fazer a sua oração e que admira as pessoas que têm convicções”, afirmou o cónego José Traquina, sublinhando que a devoção pretende “testemunhar uma fé” sem “fazer qualquer proselitismo”.

O sacerdote explicou que desde a sua chegada à Paróquia de Nossa Senhora do Amparo, há cinco anos, fugiu sempre a “fazer espetáculo” e nunca teve “dissabores” com as pessoas que à noite se cruzam com a procissão, algumas das quais “se deixam tocar pela sua beleza e encanto”.

A celebração litúrgica da Sexta-feira Santa e a Via-Sacra têm uma “espiritualidade muito forte”, referiu, porque envolvem “o drama da existência que é o sentido da justiça, da entrega, dos outros, de suportar a injustiça e manter-se fiel a valores elevados”, elementos que traduzem “uma afirmação de valores humanos de grande elevação”.

“Ao salientarmos estas dimensões na vida de Jesus também nos sentimos motivados a valorizar a vida no que tem de mais sublime em termos de nobreza e dos valores”, salientou o padre de 58 anos.

O cónego António Traquina considera que este “convite público à meditação e oração”, preservado até hoje em várias paróquias, é uma manifestação de fé que “nunca” tem intenção de “agredir”: “O povo português gosta de o fazer com disciplina e alegria”.

A Via-Sacra, que se realiza sobretudo nos tempos penitenciais, consiste em evocar espiritualmente o trajeto que Jesus realizou em Jerusalém até à sua morte e se­pul­tura, com momentos de meditação e oração em várias etapas, chamadas estações.

LS/RJM

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Agência ECCLESIA

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