Vaticano publicou reflexões pedidas pelo Papa a bispo italiano
Cidade do Vaticano, 03 abr 2015 (Ecclesia) – A Via-Sacra desta Sexta-feira Santa, no Coliseu de Roma, vai lembrar os cristãos perseguidos e a escravatura moderna, em reflexões escritas, a pedido do Papa, por D. Renato Corti, bispo emérito de Novara, Itália.
“Há homens e mulheres que são presos, condenados ou até mesmo trucidados, só porque são crentes ou comprometidos em prol da justiça e da paz. Não se envergonham da vossa cruz. São, para nós, admiráveis exemplos a imitar”, pode ler-se no texto, divulgado pelo Vaticano.
Os participantes na tradicional celebração, com início marcado para as 21h15 (menos uma em Lisboa), vão rezar pelo “direito fundamental à liberdade religiosa”.
A evocação da prisão, julgamento e condenação à morte de Jesus vai seguir o esquema clássico das 14 ‘estações’, lembrando “situações terríveis” da humanidade de hoje, como “o tráfico de seres humanos, a condição das crianças-soldado, o trabalho que se torna escravidão, as crianças e os adolescentes despojados de si mesmos, feridos na sua intimidade, barbaramente profanados”.
“Quando será abolida a pena de morte, praticada ainda hoje em numerosos Estados? Quando será eliminada toda a forma de tortura e a supressão violenta de pessoas inocentes? O vosso Evangelho é a mais firme defesa do homem, de cada homem”, escreve D. Renato Corti.
O bispo italiano convida os fiéis a ser “guardiões de toda a criação, de todas as pessoas, especialmente das mais pobres”.
“Julgar é fácil; mais importante, porém, é pormo-nos no lugar dos outros e ajudá-los até onde nos for possível”, pode ler-se.
A reflexão tem como título ‘A cruz, ápice luminoso do amor de Deus que nos guarda. Chamados, também nós, a sermos guardiões por amor’.
Entre os temas escolhidos estão também a família, o sofrimento e as mulheres, com textos do Papa Paulo VI, do cardeal Carlo Maria Martini ou de Shahbaz Bhatti, ministro paquistanês assassinado em 2011.
Os textos estão disponíveis, em português, no site do Vaticano.
Todos os anos, o Papa pede a um autor diferente a redação dos textos de reflexão apresentados nas estações da celebração de Sexta-feira Santa, seguida por dezenas de milhares de peregrinos, com velas na mão, e por milhões de pessoas, através dos meios de comunicação de vários países, incluindo em Portugal (RTP2)
OC