Semana Santa nas ruas de Portugal

Lisboa, 20 abr 2011 (Ecclesia) – Do roxo ao branco, da sombra à luz, da paixão à ressurreição distam apenas três dias: os cristãos vivem o Tríduo Pascal.

Em plena Semana Santa, a Agência ECCLESIA lança algumas propostas que marcam a caminhada cristológica – vividas de norte a sul do país – que neste período são vividas com intensidade.

Em Braga, o calendário é preenchido com diversas iniciativas que vão do cultural ao litúrgico e as celebrações ultrapassam as fronteiras da igreja e circulam no pátio dos gentios.

Esta quarta-feira, na «Roma portuguesa», o cortejo bíblico «Vós sereis o meu povo» – também conhecida como Procissão de Nossa Senhora da «Burrinha» – percorre algumas artérias da cidade.

Organizado, desde 1998, pela paróquia e pela junta de freguesia de S. Victor, este “eloquente cortejo apresenta a pré-história do Mistério Pascal de Jesus que a Igreja celebra nos dias seguintes”, indica o site das celebrações da Semana Santa de Braga.

Nos dias seguintes, os seguidores de Cristo tornam também visível a sua de fé através de várias manifestações e o programa pode ser consultado em http://www.semanasantabraga.com

As procissões dolorosas com o Estigmatizado também dominam o universo do Tríduo Pascal em Ovar (diocese do Porto).

Em quinta-feira Santa, a procissão do Ecce Homo (Terro-Terro) leva muitos cristãos às ruas de Ovar. A dor acentua-se com a Via-Sacra e a procissão do Enterro do Senhor na sexta-feira Santa.

Pelas ruas da cidade, a mudez dos penitentes dão voz à ascese dos cristãos.

Os mistérios da Páscoa iluminam a fé do povo de Idanha-a-Nova (diocese de Portalegre-Castelo Branco).

Situada na faixa arraiana do distrito de Castelo Branco, é “inquestionavelmente rico pelas suas tradições quaresmais e pascais que foram comuns em todo o interior de Portugal”, lê-se no cartaz das festas quaresmais.

Dentro do ano litúrgico da Igreja Católica, a Quaresma é o tempo de calma, de penitência, de oração, tempo de cimentar a capacidade agregadora e reunificadora da comunidade, tempo de preparação para a Páscoa.

Este ano, em Idanha-a-Nova, a caminhada quaresmal centrou-se na «Ceia dos Doze» que aparece bem documentada no Novo Testamento e que ainda se mantém como uma das representações cénicas de entre as inúmeras demonstrações da religiosidade popular que ocorrem no território idanhense.

Todo o ritual da Ceia dos Doze, ainda preservado, nas mãos de uma população envelhecida, ocorre em memória da noite em que se aproximava a hora de ser entregue Jesus Cristo, celebrando antes com os discípulos a última Ceia, sobre a mesa-altar do Cenáculo, em cumprimento da ceia pascal hebraica e inauguração do rito eucarístico.

A sua matriz medieval ajuda nas celebrações preparatórias da Páscoa. Evocando a Paixão e a morte de Cristo, a Semana Santa atrai à vila de Óbidos muitas pessoas, unidas pela devoção ou, simplesmente, por curiosidade cultural e turismo religioso.

Para além das celebrações religiosas, a localidade oferece acordes envolventes que ajudam a viver melhor o Tríduo Pascal.

Na sexta-feira Santa decorre a Via-Sacra pelas ruas medievais, mas pelas 21h30 tem lugar a procissão do Enterro do Senhor – caminho de Jesus para o Calvário – que percorre algumas ruas tortuosas, dentro e fora das muralhas de Óbidos, parando junto de pequenos evocativos aos Passos da Paixão, culminando na Igreja da Misericórdia, onde se costuma encontrar armado um Calvário, representando a Montanha de Palestina, nas proximidades de Jerusalém, onde Jesus sofreu a crucificação.

LFS

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Agência ECCLESIA

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