Semana Santa: Morte de Jesus quebra «ciclo infernal de vingança, sofrimento e morte», diz bispo de Setúbal

D. José Ornelas concluiu catequeses quaresmais

Setúbal, 21 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal deu início à Semana Santa com uma reflexão sobre o significado da morte de Jesus, que quebra o “ciclo infernal de vingança, sofrimento e morte” na humanidade.

“Jesus propõe um caminho de libertação das pessoas, denuncia formas de opressão, de injustiça, de corrupção, de interpretação rigorista e desumana das leis e sobretudo da Lei de Deus”, disse D. José Ornelas, na sua sexta e última catequese quaresmal, este domingo, no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel.

A intervenção, divulgada hoje pelo jornal diocesano ‘Notícias de Setúbal’, sublinhou a importância da Páscoa como celebração da paixão, morte e ressurreição de Jesus, “festa maior do calendário cristão”.

“Se é verdade que é uma festa da alegria, da primavera, da renovação da vida, a Páscoa comporta igualmente uma dimensão de sofrimento e de morte, que a nossa liturgia celebra, particularmente na quinta e sexta-feira santa”, precisou o prelado.

D. José Ornelas meditou sobre a violência que Jesus sofreu, como consequência de uma pregação que criou “a admiração e estima dos mais desfavorecidos”, mas, ao mesmo tempo, “a rejeição, oposição e ódio dos poderosos e daqueles que controlam a sociedade”.

“Os Evangelhos dão-nos conta que esta oposição foi crescendo de tom e se tornou em perseguição aberta e em propósitos de morte”, relatou.

Face a esta situação, referiu o bispo de Setúbal, Jesus “não desiste nem se retira”, rejeitando o caminho da luta armada e da violência, pelo que fica “à mercê dos poderosos”.

“A primeira razão do sofrimento e da morte de Jesus é, pois, a fidelidade absoluta ao amor”, realçou.

D. José Ornelas apresentou a morte de Cristo como a “maior denúncia” da violência, da guerra, do ódio e da vingança.

“Jesus não desiste da sua revolução, não se acomoda à corrupção e, sobretudo, não esquece aqueles que são vítimas de opressão e injustiça, ou sofrem sob o peso da vida, da doença, da indiferença dos outros”, assinalou.

Neste contexto, o prelado convidou os católicos a “fazer evoluir a humanidade de um modo novo”, na certeza de que a vida humana “não está destinada a acabar no nada”.

OC

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Agência ECCLESIA

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