Semana Santa: «Maior desgraça do mundo» é desatenção à «graça divina» afirma D. Manuel Clemente

Patriarca de Lisboa disse que cristãos devem participar na imensa sede de Cristo de «salvar a todos»

Lisboa, 03 abr 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou hoje que a “maior desgraça do mundo” é as pessoas serem “tão desatentos à graça divina” que em Jesus se derrama, na celebração da Paixão do Senhor, na Sé de Lisboa.

“A maior desgraça do mundo é sermos tão desatentos à graça divina, que em Jesus se derrama. E desatentos permanecermos, quando já tínhamos tantas razões de sobra para reparar no que nos falta. Falta-nos Deus, e Jesus oferece-O. Falta-nos vida, e Jesus recria-a. Falta-nos esperança, ânimo e luz, e Jesus realiza a esperança do mundo”, sustentou D. Manuel Clemente.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o cardeal-patriarca destaca que Jesus da morte “fez vida” e que os sinais da celebração da Paixão do Senhor “ou a grande ausência deles” são troféus de vitória: “A cruz é glória, os espinhos floriram, a vida jorrou.”

“Jesus tem sede da nossa sede d’Ele, como um verdadeiro amigo dos outros que tardam”, disse neste contexto, referindo que os “passos evangélicos” mostram-no à procura de cada um disposto a saciar.

“A imensa sede – ou igualmente a fome – de Jesus não é outra, senão esta mesma de realizar a justiça de Deus, refazendo o mundo”, afirmou na intervenção na Sé de Lisboa, observando que compartilhar a “sede de Jesus” é sentir como “Ele a sede do mundo”.

Depois, o patriarca de Lisboa recordou o número 187 da exortação apostólica do Papa Francisco, “A alegria do Evangelho”: “Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres […]; isto supõe estarem docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo.”

Para D. Manuel Clemente dizer “clamor” a ouvir é dizer “sede” a saciar, por isso, afirmou na Sé de Lisboa que não iam ser surdos mas permanecer onde a “cruz se alarga, em toda a sede do mundo” para a saciarem com a “imensa sede” de Cristo que é “a de salvar a todos”.

No início da homilia, o cardeal-patriarca revelou que se havia “ocasião difícil para acrescentar palavras” era a da celebração da Paixão do Senhor,” em que ecoa definitivo e forte o relato evangélico da paixão e morte do Senhor Jesus”.

CB

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Agência ECCLESIA

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