Semana Santa: «Grandes procissões» prendem a atenção de fiéis e turistas em Braga

«Figura mais emblemática» continua a ser a do «farricoco», que percorre as ruas da cidade invocando a reconciliação dos penitentes

Braga, 26 mar 2013 (Ecclesia) – Arte, cultura e tradição misturam-se com religião para darem corpo à “maior e mais antiga” Semana Santa de Portugal, na Arquidiocese de Braga, cujas raízes se estendem ao século IV. 

Num texto que vai ser publicado esta quarta-feira, na nova edição do Semanário ECCLESIA, o jornalista Álvaro Magalhães, do “Diário do Minho”, descreve alguns dos principais acontecimentos que marcam o início do tempo pascal na região. 

O programa delineado pela Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga oferece aos fiéis e turistas um leque alargado de celebrações religiosas, espetáculos de música e teatro, exposições de pintura e fotografia, “mas são as grandes procissões que mais prendem as atenções” das pessoas.

Álvaro Magalhães destaca sobretudo duas, a “Procissão da Burrinha”, que tradicionalmente “se realizava na noite de Sábado Santo” mas que “nos últimos anos, foi recuperada e antecipada para quarta-feira”, e a Procissão do Senhor “Ecce Homo” (Eis o Homem), dedicada à figura de Cristo 

A “Procissão da Burrinha” deve o seu nome ao facto de integrar “uma imagem da Virgem Maria, montada num jumento, numa alegoria da fuga da Sagrada Família para o Egito”, explica o jornalista. 

Quanto à procissão do “Ecce Homo”, organizada pela Santa Casa da Misericórdia, vai percorrer as ruas de Braga na noite de Quinta-feira Santa e conta nas suas fileiras com “perto de duas centenas” de crianças vestidas de anjo e também com “um grupo de mascarados” conhecidos como “fogaréus”. 

Estas figuras, que atualmente seguem em silêncio no cortejo, transportando “tigelas acesas”, destacavam-se “outrora” por lançarem “acusações e denúncias de pecados públicos e outros menos conhecidos dos moradores da cidade”. 

“Em 1859, o arcebispo D. José de Moura proibiu tal costume” e hoje, os fogaréus “não são mais que um elemento turístico”, salienta Álvaro Magalhães. 

No contexto da Semana Santa de Braga, “a figura mais emblemática” continua a ser a do “farricoco”, que na tarde de Quinta-feira Santa percorre em grupo “o centro histórico da cidade fazendo ouvir a sua matraca, lembrando que por ali passará a procissão à noite” e invocando também a reconciliação dos penitentes. 

A Semana Santa, ciclo litúrgico mais importante do calendário católico, recorda os momentos que antecederam a prisão e execução de Jesus e culmina na Páscoa, na qual se celebra a ressurreição de Cristo. 

DM/JCP

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Agência ECCLESIA

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