Semana Santa: Divórcio, traição e dificuldades familiares nas reflexões da Via-Sacra do Coliseu

Celebração que reúne milhares de pessoas em Roma, com a presença do Papa, vai ter meditações de casal italiano

Lisboa, 06 abr 2012 (Ecclesia) – As dificuldades familiares, o divórcio e a traição no casamento são alguns dos temas que vão estar hoje presentes nas meditações da Via-Sacra de Sexta-feira Santa deste ano, no Coliseu de Roma.

Os textos, publicados pelo Vaticano, são da autoria do casal italiano Danilo e Anna Maria Zanzucchi, escolhidos por Bento XVI, que vai presidir a esta cerimónia, com transmissão canais de televisão de vários países, incluindo Portugal (RTP2) a partir das 20h15 de Lisboa (mais uma na capital italiana).

O esquema da celebração vai seguir as 14 estações “tradicionais”, que percorrem os momentos da prisão, julgamento e execução de Jesus, com reflexões dedicadas ao tema da família.

“Não poucas das nossas famílias sofrem pela traição do cônjuge, a pessoa mais amada. Onde foi parar a alegria da intimidade, do viver em uníssono? Onde está o sentir-se um só? Onde está aquele «para sempre» com que se nos tinha declarado?”, questionam os autores das meditações.

Os textos deixam elogios às mães que morreram “para dar à luz o seu filho” e aos pais que “perderam um filho na guerra ou em atos de terrorismo e decidem não se vingar”.

“É a lei do amor que leva a dar a própria vida pelo bem do outro”, assinala-se.

As reflexões recordam as pessoas que sofrem por causa da “falta de respeito pela pessoa humana, pela sua intimidade”, os que vivem “anestesiados pelo bem-estar” e destaca as “tentações do mundo” que estão na origem de separações, traições, divórcios, abortos ou abandonos.

“Como cada cristão, também cada família tem a sua via-sacra: doenças, mortes, apuros financeiros, pobreza, traições, comportamentos imorais dum ou doutro, desavenças com os parentes, calamidades naturais”, refere o texto de introdução à celebração.

Danilo e Anna Maria Zanzucchi fundaram o movimento ‘Famílias Novas’, um ramo do movimento dos Focolares, que surgiu em 1967 com o objetivo de “viver a espiritualidade da unidade e irradiar no mundo da família os valores que promovem a fraternidade universal”.

Nas reflexões que apresentam, ambos recordam os mártires de hoje, os que sofrem onde a Igreja é perseguida, deixando uma mensagem de esperança: “Jesus vive para sempre e acompanha-nos, pessoalmente, ao longo da nossa viagem terrena, entre alegrias e tribulações”.

A celebração deixa ainda uma palavra de reconhecimento aos “tantos voluntários que, em muitas partes do mundo, se dedicam generosamente a confortar e a ajudar quantos se encontram no sofrimento e na adversidade”.

A oração inicial da Via-Sacra evoca “dores pessoais e coletivas”, as “noites da humanidade” e as “misérias” da Igreja.

O Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, organismo da Santa Sé, adianta que a cruz vai ser transportada, entre os vários momentos de oração, pelo cardeal Agostinho Vallini, vigário do Papa para a Diocese de Roma, por dois frades franciscanos da Custódia da Terra Santa e famílias vindas da Itália, Irlanda, América Latina e África.

OC

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Agência ECCLESIA

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