Semana Santa: Cristo continua a ser «crucificado» pela falta de fé das pessoas

Fidelidade ao «amor autêntico» de Deus significa estar com ele «até às últimas consequências», diz arcebispo de Braga

Braga, 02 abr 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga manifestou-se este domingo contra a ausência de uma fé convicta no meio da comunidade, facto que contribui para que “Cristo, o verdadeiro Salvador”, continue a ser “crucificado nos dias de hoje”.

Numa homilia enviada hoje à Agência ECCLESIA, proclamada durante a celebração do Domingo de Ramos, na Catedral local, D. Jorge Ortiga sublinhou que “a Paixão e morte de Cristo continua” porque as pessoas “não alimentam a fé” que lhes foi transmitida.

Algo que, de acordo com aquele responsável, é visível quando por exemplo alguém “adora o deus da bruxaria, da astrologia e do horóscopo” e coloca de lado “o Deus transcendente que se revelou na pessoa de Jesus”.

Para o prelado, “Deus não é um deus farmacêutico, ao qual se recorre apenas em caso de doença ou quando se está entalado por causa da crise”, nem um “deus como o Pai-Natal, que dá tudo o que se quer”. 

É sobretudo “um Deus que tem para oferecer as sementes do amor da verdade, da justiça e da alegria” e que “enviou Cristo para salvar todos os homens”, apontou.

A fidelidade ao “amor autêntico” do Pai, acrescentou o arcebispo de Braga, implica estar com ele “até às últimas consequências” e não apenas para “satisfazer interesses pessoais”.

Neste âmbito, D. Jorge Ortiga salientou que as “relações familiares, profissionais, escolares ou sociais” também são meios privilegiados de defesa e anúncio do Evangelho. 

Numa altura em que parece que as pessoas “abandonam o Mestre para se agarrar a tudo”, a celebração da Semana Santa surge como oportunidade de perceber que é na fidelidade ao “amor radical” de Deus que reside a esperança de “salvação”, concluiu. 

O prelado dirigiu a sua intervenção de modo particular aos jovens, incentivando-os a “acreditar e projetar um mundo novo”, no meio “dos entraves sociais”. 

A Semana Santa (também denominada Semana Maior), a última da Quaresma, termina com o Tríduo Pascal, que inclui as celebrações evocativas das seguintes narrativas bíblicas referentes a Jesus: última ceia (Quinta-feira Santa), morte (Sexta-feira Santa) e ressurreição (Vigília Pascal e missa do Domingo de Páscoa).

JCP

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Agência ECCLESIA

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