D. António de Sousa Braga regressa à diocese depois de ausência face a doença
Angra do Heroísmo, 04 abr 2015 (Ecclesia) – O Bispo de Angra recusou esta sexta-feira a ideia de um Deus “espetador” das “tragédias humanas” e sublinhou antes a participação, presença e companhia nas horas de “dor”.
“Deus não é espectador das tragédias humanas, mas participante; não é observador da dor, mas companheiro no caminho. Deus não responde verbalmente à dor: Deus está presente na dor e, de modos diferentes e misteriosos, ajuda a enfrentá-la”, afirmou D. António de Sousa Braga, na celebração da Paixão do Senhor na Sé de Angra do Heroísmo.
A Cruz de Cristo “é a revelação radical da misericórdia” e quando se olha para ela “procurando dar um sentido ao sofrimento”, revela-se “o amor divino pelos que sofrem”.
“A Cruz apresenta-nos a imagem de um Deus, que entra no mundo, não para dominar, mas para servir e se compadecer”; nesse sentido, diante do Mistério da Cruz, há que “corrigir a ideia de Deus. Ele entra no mundo, assumindo a fragilidade humana, porque é Amor, que tem a sua máxima expressão na misericórdia”.
No regresso à diocese depois de uma ausência de várias semanas de tratamento no continente, e ainda em fase de convalescença, D. António de Sousa Braga exortou os cristãos a olharem para a dor e para o sofrimento procurando “dar-lhes um sentido”.
“As perguntas perante a dor e o sofrimento são mais fortes que a nossa capacidade de lhes dar resposta: “Porque é que Deus não intervém? Que fiz eu para merecer isto? Porque é que Deus não castiga, antes os que fazem mal”, frisou o prelado para de seguida responder que “ o que importa é procurar dar sentido ao sofrimento, abandonando-nos, com fé, nas mãos de Deus”.
A Vigília Pascal na Sé de Angra vai ser presidida pelo vigário geral da diocese, o cónego Hélder Fonseca Mendes, com início das cerimónias às 22h00.
No domingo a Missa de Páscoa será presidida pelo Bispo de Angra, a partir das 11h00.
IA/LS