Semana dos Seminários: Psicóloga ajuda a formar futuros padres de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu

Experiência no seminário interdiocesano de São José com avaliação positiva

Braga, 12 nov 2018 (Ecclesia) – O seminário interdiocesano de São José, em Braga, tem atualmente 18 jovens que são acompanhados por uma psicóloga, num espaço onde os futuros padres têm formação em áreas como a culinária e boas maneiras.

Ana Rita Fernandes, psicóloga que integra a equipa educativa do seminário interdiocesano de São José, para os alunos de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu, defende que a presença da psicologia na formação dos jovens é uma mais valia para os jovens.

“O meu trabalho assenta no que a Nova Ratio defende, o seminarista deve conhecer-se a si próprio e aos outros, e o psicólogo trabalha na base científica, desenvolvo o trabalho em grupo para conhecer a personalidade e depois o heteroconhecimento. Depois há o próprio sentido de comunidade, no processo de discernimento vocacional, e este seminário preocupa-se com o bem-estar geral dos seminaristas, por isso também acompanho individualmente cada um numa vertente emocional cognitiva e social”, esclarece a psicóloga, de 26 anos.

Também o reitor deste seminário, o padre António Magalhães, olha de forma positiva a presença da psicologia e ao ser uma mulher a acompanhar os jovens.

“Esta equipa educativa integra leigos com toda a naturalidade que assumem tarefas diferentes e nesta vertente educacional é importante que o jovem se conheça, se eduque e cresça de forma natural. Consideramos necessário que os jovens saibam conviver com todas as idades e com o género feminino e também masculino, é importante saber estar junto de uma jovem senhora ou uma anciã… tem de haver esse equilíbrio”, destaca.

O sacerdote recorda ainda que os jovens estudam numa universidade onde o género feminino está presente e todos aprenderam a lidar com isso.

“Têm irmãs, primas e amigas, não vemos com estranheza a presença feminina”, refere.

Também para Ana Rita, a presença feminina se torna um complemento na formação dos seminaristas, que vêm de realidades e contextos diferentes, e que a psicóloga vai descobrindo.

“É uma casa de homens onde a minha presença acaba por ser positiva e os alunos conseguem-se expressar e não vejo que seja um entrave, é positivo”, destaca.

A jovem aponta ainda que a sua formação cristã é “preponderante” para o exercício da sua profissão e acredita que daquele seminário irão sair “melhores homens e, com certeza, melhores padres”.

“Eles estão em processo de desenvolvimento e estou cá para auxiliar neste processo numa vertente emocional, social e cognitiva”, explica.

O padre António Magalhães olha para este seminário como “uma comunhão entre igrejas locais”, o que se torna um “verdadeiro desafio”.

“As vocações nascem na comunidade e têm sempre como meta a comunidade, neste sentido o estudar fora, noutra cidade, é um processo natural para os nossos tempos”, refere o reitor.

Também natural considera a formação dos seminaristas na dimensão humana, onde o desporto, como a natação o futebol ou a corrida, a música e até a culinária têm lugar.

“É natural que um jovem goste de jogar futebol, fazer natação ou correr; depois a música surge como complemento para o equilíbrio no desenvolvimento, mas temos de olhar para cada aluno com as suas características”, observa.

Outras das áreas que o sacerdote aponta como necessárias nesta formação são a cozinha e as boas maneiras.

“O comum dos sacerdotes tem casa paroquial e necessita de refeições, ora é natural que os seminaristas tenham de aprender a preparar refeições para que não se sintam desacompanhados e para garantir a sua sobrevivência. Por exemplo aqui no seminário, ao fim-de-semana o serviço é assegurado por nós, desde lavar a louça, preparar a comida, o pequeno-almoço e o lanche. Vamos vendo um certo crescimento e progresso, do ovo estrelado aos pratos mais elaborados”, conta o reitor.

Quanto à formação em boas maneiras o padre António Magalhães aponta que se quer “homens bem preparados com gosto pela sinceridade e lealdade” mas também “capazes de desenvolver as tarefas mais simples”.

“Os futuros padres têm de desenvolver um relacionamento salutar com todas as classes sociais e têm de saber estar com todos, mesmo com os mais pobres”, conclui.

O Seminário Maior Interdiocesano de São José acolhe 18 seminaristas – sete de Bragança-Miranda, dois da Guarda, quatro de Lamego e cinco de Viseu.

Para além do reitor, a equipa formadora conta com o cónego Jorge Seixas, da Diocese de Viseu; o padre Bráulio Carvalho, de Lamego; e o padre Serafim Reis, da Diocese da Guarda; bem como leigos, religiosas e diáconos permanentes envolvidos na formação presbiteral,

LFS/SN

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Agência ECCLESIA

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