Para Ivone Espalha Simões, os jovens do Seminário de São José de Caparide, em Lisboa, são uns “heróis”
Lisboa, 13 nov 2018 (Ecclesia) – No seminário de São José de Caparide, do Patriarcado de Lisboa, a leiga Ivone Espalha Simões acompanha os jovens que ali estão em discernimento vocacional e sente-se “uma avó” para eles.
A sua preocupação vocacional “vem de há muito tempo” e D. Ivone, como ali é carinhosamente tratada, vai acompanhando os 23 jovens que estão no tempo propedêutico.
“É uma relação próxima, não tenho já idade para ser mãe deles e brinco a dizer que sou a avó, é uma relação que passa pelos afetos, por ver a cara de algum que está mais triste e quando é a visita das famílias, e alguns não têm porque são de mais longe, lá estou de apoio. Além disso a minha profissão era fisioterapeuta e há sempre aquele miminho, dói o pé, joguei futebol e está-me a doer as costas… Costumo brincar : sou uma saia no meio de uma casa cheia de calças”, explica.
A presença física desta leiga que acompanha a equipa formadora, diretor do seminário e diretor espiritual, passa por chegar aos domingos, rezar vésperas com todos e ali pernoita no seminário, o dia seguinte é de os acompanhar nos trabalhos comunitários e “participa em tudo”.
“Tenho um respeito imenso por estes jovens, uma grande admiração, eles remam contra a maré, mediante este contexto social, para mim são uns heróis”, confessa a paroquiana da Malveira.
Ivone Espalha Simões sente que vai “crescendo espiritualmente” e sempre que pode “foge para a capela” para ter os momentos de oração por aqueles jovens, pelas suas vidas, caminhadas vocacionais, por aquela casa e todos os seminários.
Eles pedem conselhos, querem conversar, também têm momentos de desânimo, e há a necessidade de partilhar com alguém de fora antes de ir falar com o diretor espiritual. Eu gosto de varrer o claustro, gosto de chegar e ver tudo limpinho, mas além disso há o objetivo de todos por ali passarem e vou-me metendo com eles, faço-me presente”.
Nos primeiros dias que contacta com os jovens há sempre um “certo mistério” em relação a ela, questionando-a mesmo se é uma consagrada.
“Já me perguntaram se podiam tratar-me por irmã, eu costumo brincar com esta personagem mistério que anda por aqui, logo disse que era mãe de três filhos e avó de quatro netos, estou aqui sou batizada”, conta Ivone sempre de sorriso pronto.
Quando, ao domingo, chega a D. Ivone “há beijinhos para todos” e na perspetiva desta leiga é importante para aqueles jovens sentirem que não estão fora do mundo.
“Sinto que faz falta um casal, seria uma boa colaboração, ter aqui presente outro sacramento, outra vertente vocacional selada com sacramento seria importante”, conclui.
Ao longo desta semana, o programa Ecclesia emitido na Antena 1, pelas 22h45, aborda a formação realizada nestas instituições através do testemunho de leigos que colaboram com as equipas formadoras dos Seminários.
SN