Decorreu no dia 7 de Fevereiro, em Mogadouro, o encerramento da Celebração da Semana do Consagrado na Diocese de Bragança-Miranda.
Esta celebração foi preparada ao longo do mês de Janeiro por uma visita às paróquias deste arciprestado, feitas por duas equipas, constituídas, cada uma, por um religioso padre, uma irmã religiosa e alguns Jovens MIC (Marianos da Imaculada Conceição). O objectivo dessa visita foi celebrar a Eucaristia com o povo, falar da Vocação Consagrada e convidar a todos para a festa da Vocação Consagrada, em Mogadouro, no fia 7 de Fevereiro, anunciando também que, nesse dia, não haveria Missa nas aldeias, mas apenas na sede do arciprestado, em Mogadouro.
Em cada Domingo, depois dessa vista às oito paróquias (quatro por equipa), as duas equipas juntavam-se numa das paróquias visitadas, por volta das 18 horas, e, depois de ter avisado previamente a população, cantavam os Reis ou Janeiras, pela noite dentro, acompanhados sempre pelo pároco.
Durante a Semana do Consagrado, teve lugar uma Vigília de Oração, ao estilo da oração ecuménica de Taizé, sobre a Vocação Consagrada, em Mogadouro, na Igreja de S. Francisco, organizado pelo Secretariado da Pastoral Juvenil e Vocacional dos Marianos da Imaculada Conceição.
A Festa da Vocação Consagrada, que decorreu no dia 7 de Fevereiro, em Mogadouro, constou da Eucaristia, às 11 horas, na Igreja Matriz, presidida pelo Senhor Bispo da Diocese, D. António Montes Moreira, OFM, da partilha do Farnel, no Pavilhão de Exposições, e de um Painel Vocacional, na Casa da Cultura, pelas 14h30. Para a Eucaristia, a Igreja Matriz encheu, sendo a assembleia constituída pelos representantes da maioria das paróquias do Arciprestado e pelos consagrados da Diocese, em número de 47. (Na diocese trabalham duas congregações religiosas masculinas e sete femininas, dois institutos seculares e uma virgem consagrada).
Os cânticos estiveram ao encargo do coro da paróquia de Mogadouro. Concelebraram 7 padres diocesanos e 2 religiosos.
Na homilia, D. António Montes Moreira frisou que todas as formas de consagração radicam na consagração baptismal. Depois de falar sobre a necessidade de as comunidades cristã viverem com autenticidade essa consagração, falou sobre a especificidade das Vocação de especial Consagração, que lembra a todos a dimensão orante da vida cristã (por isso, existem religiosas contemplativas) e são um estímulo para que os cristãos vivam melhor a sua consagração a Deus.
Assim, os consagrados devem ser um ponto alto da vivência cristã e não uma excepção. Concluindo, o Senhor Bispo convidou a assembleia a agradecer a Deus as vocações de especial consagração na Igreja e pedir ao Senhor para que suscite nos jovens este dom maravilhoso.
A partilha dos farnéis, que se lhe seguiu, decorreu em clima de alegria e boa disposição, regada com o bom vinho tinto da região, onde também não faltou o bom presunto e o salpicão.
O Painel Vocacional iniciou-se com o Cantar das “Fevereiras”, tendo-se, entretanto, feito a recolha de donativos (que rendeu a soma de 751, 84 €) para os nossos irmãos do Haiti. A casa da cultura também encheu. Estava cerca de 200 pessoas. Na mesa do Painel Vocacional estavam três religiosas, um religioso padre, uma leiga consagrada e uma virgem consagrada. Na condução do mesmo estiveram dois jovens jornalistas amadores, que fizeram um trabalho de verdadeiros profissionais. Foi um diálogo muito esclarecedor para toda a assembleia. Cada consagrado contou como descobriu a sua vocação e em que consistem os votos que professa: castidade, pobreza e obediência.
Também se falou sobre a causa da falta de vocações consagradas. Os factores são múltiplos: falta de testemunhos verdadeiramente interpeladores da parte dos consagrados; o facto de os valores essenciais da vida consagrada irem contra a corrente da sociedade actual e a falta de comunidade cristãs autênticas, pois a vida cristã não é vivida como seguimento de Jesus Cristo. Animaram a reflexão cânticos vocacionais executados pelos Jovens MIC.
A palavra final do Painel pertenceu a D. António Montes Moreira. Disse que o Painel foi o melhor dos que até foram realizados, por esta ocasião, devido à mestria dos “jornalistas” animadores, que felicitou pelo seu trabalho. Afirmou que o Painel mostrou que a Igreja não é constituída por clubes que se hostilizam – os consagrados, os padres e os leigos –, mas uma comunidade diferenciada e aberta, em que necessitamos uns dos outros. E a conclusão, referiu, parece ser esta: O que parece estar em crise não são as vocações consagradas mas a vocação cristã dos leigos. Urge revitalizar a consagração matrimonial.