Selos e medalhas assinalam V Centenário da Basílica de São Pedro

Pastilhas elásticas são principais inimigas do mármore secular A Santa Sé apresentou ontem o programa das celebrações do V Centenário da Basílica de São Pedro. No encontro com os jornalistas participaram o arcipreste da Basílica, Cardeal Francesco Marchisano, e o reitor do Instituto Pontifício Bíblico, Cardeal Albert Vanhoye, para além do Arcebispo Angelo Comastri e o Bispo Vittorio Lanzani, respectivamente presidente e delegado da Fábrica de São Pedro, entre outros responsáveis. O Bispo Lanzani referiu- se a uma série de iniciativas filatélicas e numismáticas para celebrar a efeméride, e anunciou que o governo do Estado da Cidade do Vaticano irá emitir um conjunto de selos, que custam 0,45 e 0,60 euros. O primeiro reproduz a medalha comemorativa de Bramante realizada entre 1505 e 1506, por Cristoforo Foppa. O segundo selo leva a medalha colocada na primeira pedra da nova estátua de São Pedro, também obra de Foppa. Em ambos aparece a inscrição “Templum Divi Petri in Vaticano 1506-1606”. A Fábrica de São Pedro também vai cunhar duas medalhas. Na cara, que tem como fundo a Basílica, reproduz- se, por baixo do emblema da Fábrica, a entrega das chaves a São Pedro. Na borda pode ler-se a inscrição latina “Patriarcalis Basílica Principis Apostolorum 1506-2006”. Na coroa surge uma imagem do Santo Padre, com a frase “Benedictus XVI Pontifex Maximus”. No calendário desses actos incluem-se uma Missa solene no dia de São Pedro e São Paulo, uma exposição sobre a colocação da primeira pedra e um seminário internacional sobre a Basílica na Bíblia, na devoção e na iconografia. Os inimigos da Basílica A Basílica de São Pedro, visitada todos os dias por milhares de pessoas, está sujeita a marcas nas suas paredes e pastilhas elásticas coladas nas junções do mármore, actos cometidos por visitantes nem sempre atentos. “Não se tem ideia de quanto tempo e energia se perdem na remoção das pastilhas elásticas, que colam em tudo e aparecem entre o mármore”, desabafou o Cardeal Francesco Marchisano. “Apesar disso, frequentemente as pessoas sensibilizam-se com estes problemas da Basílica, e ajudam-nos a resolvê-los”, prosseguiu. O Cardeal Marchisano contou que um reitor de uma universidade inglesa escreveu duas vezes à Fábrica de São Pedro (responsável pela limpeza e manutenção da Basílica), após um grupo de seus estudantes terem danificado alguns muros da igreja mais importante do catolicismo. “Uma primeira carta com desculpas, depois de o reitor ter visto a foto que ‘imortalizava’ a vandalização, e uma segunda, com um cheque de 1500 Euros, para contribuir para o restauro dos muros”, explicou o cardeal. Apesar de tantos anos de existência, “a Basílica está muito bem de saúde”, afirmou D. Marchisano, explicando que no primeiro dia de cada mês é feita uma reunião para dividir as tarefas a serem executadas, e na segunda-feira de cada semana há uma reunião para o controlo do que está a ser feito. Apesar da comemoração dos 500 anos da Basílica, o número de visitantes não poderá aumentar: “Os actuais 50 mil visitantes ao ano são o número máximo que se pode receber sem danificar a Basílica: o local é estreito e não se pode fazer nada”, declarou o Cardeal. Notícias relacionadas • Basílica de São Pedro completa 500 anos

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