Seita satânica preocupa arquidiocese de Madrid

O roubo de hóstias consagradas na paróquia dos Santos João e Paulo, em San Fernando de Henares, suscitou a preocupação da polícia e da Arquidiocese de Madrid, pelo surgimento e desenvolvimento de pequenas seitas satânicas, supostas autoras do facto, e formadas na sua maioria por jovens que praticam rituais de esoterismo. Acredita-se que a seita responsável por este roubo também estaria envolvida em recentes profanações de campas em cemitérios madrilenos e o ofício das chamadas “missas negras”. Segundo o padre José Antonio Fortea, exorcista e Pároco de Nossa Senhora de Zulema da diocese de Alcalá de Henares; na actualidade cerca de vinte grupos satânicos operam em Madrid. “São grupos a que é difícil ter acesso a menos que o interessado tenha tido experiências prévias no âmbito do esoterismo, o espiritismo ou bruxaria”, assinala. Do mesmo modo, o padre Fortea indica que “a Igreja é o grande inimigo real” para os seguidores deste tipo de grupos. Este é um problema que não passa ao lado das preocupações do Vaticano: o teólogo oficial da Casa Pontifícia, Cardeal Georges-Joseph Marie Martin Cottier, assegura que todos “devem tomar muito a sério o demónio”. O Cardeal lembra acontecimentos como o assassinato em 2004 do Pe. Faustino Gazziero, na catedral de Santiago do Chile, por um jovem que proferia gritos satânicos, para abordar a questão da influência maligna na pessoa e na sociedade. “Devemos levar o demónio muito a sério, mas não devemos pensar que seja omnipotente. Devemos ter conhecimento de que a misericórdia de Deus é tão grande como para vencer todo obstáculo”, esclarece, em entrevista à agência Zenit. O culto a Satã encontrou na Internet um local de fácil expansão, o meio favorito para muitos adolescentes encontrarem e trocarem informação sobre o satanismo. Uma rápida pesquisa permite encontrar páginas pessoais e fóruns de opinião, onde é possível encontrar informação sobre como fazer um pacto com o diabo, realizar um ritual de missa negra ou estabelecer contacto com outros interessados e dar o passo final rumo ao satanismo. Em Portugal é possível encontrar espaços “para todos k gostem ou k vivam na escuridão”, com “troca de conhecimentos sobre, satanismo, vampirismo e outros temas k possam surgir”. Actualmente, quando se fala em culto satânico, surgem imagens de cemitérios e campas violadas, sacrifícios humanos, banhos de sangue, orações macabras, bruxedos de alto teor maléfico, velas, escuridão. Em Portugal, o problema é sentido, por exemplo, na Diocese de Beja, com o aparecimento de versos satânicos pintados no exterior de igrejas do litoral alentejano, vandalização de cemitérios e mesmo de pequenas capelas, remoção de crucifixos, imagens e outros objectos utilizados em missas negras e rituais satânicos.

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