Secularização sem respostas fundamentais

Responsável da Santa Sé pela promoção da nova evangelização elogiou ação do episcopado português

Lisboa, 14 jun 211 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (CPPNE) afirmou hoje que a Igreja Católica deve enfrentar uma secularização que quis dar a “ilusão de vida na liberdade”, que levou as pessoas a esquecerem Deus.

“Sem Deus, não podemos ter nem uma verdadeira humanidade nem uma sociedade com respeito uns pelos outros”, referiu, em declarações à Agência ECCLESIA, o arcebispo Rino Fisichela.

A ciência, acrescentou, dá “muitas respostas, mas a resposta às perguntas fundamentais sobre o sentido da vida exigem uma resposta maior”.

Após dois dias em Portugal, para participar nas jornadas pastorais promovidas pela Conferência Episcopal Portuguesa, o membro da Cúria Romana considerou que é preciso uma renovação na forma de transmitir a mensagem da Igreja, sobretudo nos locais “onde a secularização é muito forte e as Igrejas de antiga tradição vivem uma crise de fé”.

“O problema do secularismo tem fortes raízes culturais, que entraram nos comportamentos das pessoas”, observou.

Para este responsável, aos cristãos compete a missão de apresentar “a alegria do encontro com Jesus de Nazaré”.

O arcebispo Fisichella sublinha que “durante cerca de 27 anos, o beato João Paulo II anunciou a exigência de uma nova evangelização” e muitos cristãos “começaram a realizar” esse processo.

Bento XVI criou, em 2010, um novo Conselho Pontifício para esta área específica, procurando assim “envolver toda a Igreja” no processo.

A nova evangelização, indicou o prelado, passa por “entrar nas culturas” para as conhecer e interpretar, procurando “orientar o homem para um novo humanismo, uma nova antropologia”.

O presidente do CPPNE disse ter estado em Portugal para “ouvir”, considerando que tem necessidade de “grande colaboração com as conferências episcopais” e louvando o esforço feito pelos bispos portugueses nestes campos.

“Temos a possibilidade de uma grande colaboração, no futuro, para dar um sinal, não só à Igreja, mas também à sociedade”, assinalou.

Rino Fisichella apontou o próximo Sínodo dos Bispos, marcado para outubro de 2012, como um momento fundamental na definição de “comissões, grupos, algo que se julgue importante, nas conferências episcopais, especificamente para a nova evangelização”.

As jornadas pastorais promovidas pelo episcopado português reúnem, até quarta-feira, cerca de 80 pessoas, entre as quais 45 bispos e representantes das mais diversas dioceses, congregações religiosas e movimentos eclesiais.

OC

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