Secularização da sociedade australiana preocupa o Vaticano

Bento XVI está na Austrália para enfrentar o desafio central do seu pontificado: a secularização, ou seja, uma vida concebida como se Deus não existisse. Assim o deixa transparecer o prefácio do Missal que o Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice preparou para a estadia do Papa em Sidney. “Enquanto a fé cristã tem um lugar e uma história de honra na vida da Austrália moderna, paulatinamente a secularização da sociedade dá um impulso cada vez mais urgente à necessidade de que os jovens sejam testemunhas da verdade do Evangelho, fortalecidos pelo Espírito Santo”, explica o texto. O lema das Jornadas da Juventude é “Recebereis a força do Espírito Santo, que virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas”. Sidney acolhe a 23ª Jornada Mundial da Juventude, de 15 a 20 de Julho. Espera-se que assistam à missa de encerramento no Domingo, dia 20, cerca de 500 mil pessoas, entre elas125 mil jovens peregrinos de fora da Austrália, no hipódromo de Randwick e Centennial Park. Simbolicamente, na Missa final das Jornadas, Bento XVI vai crismar 24 jovens. “Na conclusão dessa missa, o Santo Padre confiará aos recém-confirmados e a todos os peregrinos a tarefa de levar o Evangelho ao mundo”, afirma o Missal. “Os jovens estão chamados a dar um vibrante testemunho de Cristo com suas vidas. Como expressa a oração por Sidney, estão chamados a edificar uma nova civilização de vida, de amor e de verdade”, lê-se ainda. A Igreja Católica é a confissão cristã mais numerosa do país, segundo dados da Conferência Episcopal Australiana. Os católicos da Austrália representam 27,56% da população, segundo dados estatísticos relativos a 2006. A Ilha está dividida em 33 dioceses e tem no total 1390 paróquias. No país há actualmente 65 bispos e mais de 3100 sacerdotes. Trata-se de uma Igreja muito activa no campo social e educativo, com 1749 escolas de educação infantil, 473 de ensino médio e 30 centros superiores e universitários, nos quais estudam mais de 700 mil alunos. A Igreja gere também hospitais, 407 residências para idosos e deficientes, 164 orfanatos e creches, 480 centros de ressocialização e 210 centros de consultoria para a família e a protecção da vida. Outro dos dados de relevo é o crescimento do número de católicos entre as comunidades indígenas. Segundo dados da Conferência Episcopal Australiana relativos ao último censo de 2006, há actualmente mais de 100 mil indígenas católicos, quase 7% mais que em 2001. Actualmente, o catolicismo é a confissão cristã que tem mais seguidores entre os povos aborígenes, especialmente nos territórios do Nova Gales do Sul. Os Papas e a Austrália Com esta visita, Bento XVI será o terceiro Papa que visita a Austrália. O primeiro foi Paulo VI, em 1970, numa visita pastoral realizada no mês de Novembro desse ano. João Paulo II visitou a Austrália duas vezes, em 1986 e em 1995. Nasua primeira visita pastoral, o Papa João Paulo II percorreu todo o continente. O acontecimento mais recordado foi o encontro com as comunidades indígenas da Austrália central. Em 1995, o Papa voltou a Sidney para a beatificação da primeira australiana, a religiosa Mary Mackillop. O acontecimento ocorreu no mesmo cenário que acolherá o encontro com os jovens da JMJ, o Hipódromo Randwick. Redacção/Zenit

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