Jornadas Nacionais apostam na formação humana e espiritual
O Secretariado Nacional de Educação Cristã quer catequistas “humanamente e religiosamente maduros”. Nas Jornadas Nacionais que juntaram em Fátima catequistas de 19 dioceses do país, esta foi a preocupação dominante.
O SNEC tem investido num trabalho contínuo junto dos responsáveis pela formação catequética das crianças e adolescentes. Cristina Sá Carvalho, psicóloga e responsável pelo departamento de formação deste secretariado, indica à Agência ECCLESIA que a sociedade “vive em função de valores segundo interesses pessoais”.
Pela responsabilidade e “centro que assumem na catequese”, Cristina Sá Carvalho indica que os catequistas devem ser “pessoas adultas na sua fé”.
Se o trabalho de “crescimento na fé for maduro e mais poderoso do ponto de vista pedagógico, é claro que a qualidade da catequese aumenta muito”.
A formação e a necessidade de uma convergência entre valores e acção cristã são necessidades apontadas para a presença de cristãos mais activos e empenhados na sociedade.
A falta de formação dos católicos, indica Cristina Sá Carvalho, “ultrapassa a questão dos valores”.
“Aquilo a que os cristãos são chamados é a uma transformação da sua personalidade em função de um modelo. Pede-se ao cristão que assuma a sua existência dentro de um quadro de referência humana. Só assim se pode ser transformador na sociedade”, reconhece a psicóloga.
A profissionalização dos catequistas é o objectivo cimeiro do SNEC. Confundida com disponibilidade e boa vontade dos cristãos, a catequese é o espaço de formação e iniciação cristã para muitas crianças e adolescentes.
Acerca da formação dos catequistas, Cristina Sá Carvalho valoriza as “boas vontades”. “Este sentimento é verdadeiramente cristão”, sendo por isso, “essencial, num mundo em que as pessoas vendem tudo”.
No entanto esta “boa vontade” tem de caminhar para o “profissionalismo, rigor e máximo das nossas capacidades”, sublinha Cristina Sá Carvalho.
Nas Jornadas Nacionais que decorreram no passado fim-de-semana, com o tema «A Espiritualidade do catequista Vivência e Transmissão da Fé», a organização destaca ainda uma participação plural, “inclusivamente com 30 catequistas vindos dos Açores”. A responsável pelo departamento de formação do SNEC indica ser sintoma de “uma vontade de fazer crescer a catequese e melhorar as práticas pastorais”.