Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana inaugura nova sede na Madeira

O Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana inaugurou uma nova sede no Funchal. Para D. Teodoro, Bispo local, a sede inaugurada na passada quinta-feira, deve operar como o coração humano: pequeno em dimensão, mas grandioso como dinamizador da vida, através do sangue que recebe, purifica e torna a irrigar todo o organismo, e ainda com todo o simbolismo como centro de todos os nobres sentimentos. A pastoral das Migrações na Madeira, sob a responsabilidade do Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana, tem vindo a ser feito, quase duma forma personalizada na pessoa do Pe. Manuel Martins, pároco da Sé, que, para o efeito, tem vindo a utilizar algumas das instalações paroquiais, onde está a ser feito quase todo o acolhimento aos imigrantes, registando também a colaboração de alguns voluntários, nomeadamente a paróquia da Nazaré e da Tábua. De agora em diante, o referido Secretariado dispõe dum novo espaço físico para fazer o acolhimento, situado na rua da Alegria, n.º 14G, na cidade do Funchal, cedido pela Câmara Municipal e condicionado pela mesma Diocese, integrado por uma recepção, uma sala de acolhimento pessoal, uma sala para maiores reuniões, onde se procedeu à bênção, e se fez o acto inaugural, e ainda uma pequena dispensa e uma casa de banho. Embora sem uma contabilidade exacta, as comunidades dos países de Leste têm vindo a diminuir na Madeira, tendo crescido nos últimos tempos as advindas do hemisfério Sul; África e Brasil. No entanto, o trabalho realizado até hoje, considera o Pe. Martins ser «muito vasto e diversificado: acolhimento, acompanhamento no processo de legalização, apoio na aquisição de trabalho e respectiva remuneração, ajuda na obtenção de casa para habitar, ensino da língua portuguesa para uma melhor integração e qualidade de vida, habilitando alguns para o ingresso nas suas profissões (como médicos, engenheiros e outros), acompanhamento na doença e acidentes laborais, ajuda em processos judiciais, ajuda monetária em muitos casos extremos de doença e pobreza, colaboração com as entidades oficiais que têm a tutela das imigrações, apoio religioso e espiritual, mediação de conflitos entre entidades patronais e os imigrantes, trabalho conjunto com a inspecção do trabalho, Direcção Regional do trabalho, Serviços de Estrangeiros e fronteiras; sindicatos… entre outros». Ainda segundo este responsável, o novo espaço destina-se a «continuar a prestar apoio e orientação aos imigrantes, quer no campo burocrático, aquisição de documentos e encaminhamento para as entidades oficiais competentes, quer no apoio sócio-caritativo, através da ajuda em géneros alimentícios e de vestuário, na media do possível, em casos de extrema pobreza, como tem acontecido muitas vezes; quer ainda no âmbito da cultura e integração, continuado com as aulas de português, que tem sido uma das vertentes muito conseguidas e muito úteis». A este respeito coloca-se agora o problema das novas gerações integradas na nossa sociedade e nas escolas madeirenses, que desconhecem o idioma dos progenitores, para as quais importa criar aulas dos seus idiomas, dadas por professores seus conterrâneos. «A nível religioso – refere o Pe. Manuel Martins – impõe-se acompanhar os imigrantes, facultando-lhes espaços para a reflexão e celebração da sua fé», tendo em conta as suas confissões religiosas: cristãos ortodoxos de vários ritos e até muçulmanos. Além disso, torna-se necessário formar e acompanhar as novas gerações que aos poucos estão a integrar-se na Igreja, mediante o Baptismo no rito católico. Outro grave problema é constituído pelos imigrantes indocumentados, pois a imigração clandestina continua a aumentar em todo o mundo. Salienta ainda que «muitos imigrantes continuam a ser explorados por patrões sem escrúpulos». Por isso mesmo defende uma «estratégia criativa de integração dos imigrantes».

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