Sé de Braga mostra Arte Sacra

A vida de Jesus Cristo – desde o nascimento até à morte e ressurreição – inspirou Conceição Sapateiro a criar várias peças de arte sacra, algumas das quais expostas nos claustros da Sé da Braga. A artesã de Barcelos enriqueceu, este ano, a sua colecção com dois novos elementos: a última ceia e o lava pés. Duas das representações que mais atraem os visitantes. À entrada do Tesouro-Museu da Sé, encontram-se duas cruzes originais. Uma é a Cruz da Páscoa à moda do Minho; outra, mais preenchida, é a Cruz do Apostolado. Conceição Sapateiro refere que a Cruz do Apostolado apresenta um conjunto de símbolos alusivos à paixão, morte e ressurreição do Senhor, para além dos doze apóstolos. O beijo traidor de Judas, as 30 moedas da recompensa, o lava pés e S. Pedro a cortar a orelha ao soldado são algumas das passagens retractadas. Além disso, nesta cruz estão inscritas quatro das catorze estações da Via Sacra: Simão Cireneu ajuda Jesus a carregar a cruz, um dos malfeitores dá vinagre e fel a Jesus para beber, Maria a contemplar o Filho com grande sofrimento e Jesus morto nos braços de sua mãe. Entre as várias imagens, encontram-se ainda dois peixes, que, segundo a artesã, pretendem aludir ao sinal gravado na terra pelos cristãos, na altura das perseguições, para identificarem os locais de passagem. Os peixes são igualmente um dos alimentos associados aos milagres de Jesus. O facto de ter sido catequista ajuda imenso Conceição Sapateiro a fazer as representações bíblicas em barro. A artesã de Areias de Vilar trabalhou 20 anos em Espanha, nas áreas da cerâmica e da porcelana. Gosta de moldar todo o tipo de peças, mas as suas preferidas são as imagens da Virgem Maria e outras ligadas à religião. Um dos seus trabalhos, curiosamente uma cruz, foi premiada em Lisboa, pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional.

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