Scholas Occurrentes: Visita do Papa é «responsabilidade» para «entusiasmar os jovens e «criar uma cultura diferente»

Francisco vai estar com os jovens na sede do movimento em Portugal, em Cascais

Cascais, 27 jul 2023 (Ecclesia) – O coordenador das ‘Scholas Occurrentes’ em Portugal disse a visita de Francisco à sede do movimento, no dia 3 de agosto, é uma “grata surpresa” e uma “grande responsabilidade” para os seus membros.

“A importância é total. Foi uma grata surpresa quando recebemos a notícia, agora é mesmo uma grande responsabilidade para acrescentar o trabalho que temos feito. Para continuar a entusiasmar os jovens aqui, se possível criar uma cultura diferente”, disse Francisco Martín à Agência ECCLESIA

O Papa Francisco vai ter um encontro com os jovens de Scholas Occurrentes Portugal, a partir das 10h40 do dia 3 de agosto, em Cascais, sede nacional desta organização internacional de direito pontifício presente em 190 países, dos cinco continentes.

“Voltar a ouvir as suas palavras é sempre importante, é importante partilhar o que está a acontecer aqui, mas também conseguir ouvir para continuar a aprofundar a nossa missão; a presença dele cheira a mudanças profundas nas pessoas, nas comunidades que visita e isso vai fazer parte da nossa história como Scholas Occurrentes, mas da história comunidade de Cascais também”, assinalou Francisco Martín.

Neste contexto, referiu que mis do que o momento histórico, é importante que esta visita do Papa permaneça não como um acontecimento que “vai e passa”, mas que realmente “entusiasme os corações para gerar mudanças profundas”.

“A cultura precisa de gerar uma nova forma de estar com comunidade”, afirmou o coordenador de  ‘Scholas Occurrentes’ em Portugal.

Segundo Francisco Martín, a ideia é que o Papa Francisco “consiga ouvir os jovens”, os seus testemunhos de vida e o que estão a fazer, “que seja real”, e consiga também “responder a alguma das suas perguntas”

‘Scholas Occurrentes’ integra meio milhão de redes educativas, iniciativa que visa criar uma rede de escolas para a inclusão, com recurso ao desporto e à arte; nasceu dos programas “Escola de Vizinhos” e “Escolas Irmãs” desenvolvidos na cidade de Buenos Aires por iniciativa do então arcebispo local, D. Jorge Mario Bergoglio, o atual Papa, “no meio de uma crise social, crise económica, muito grande”.

Em Portugal, desde 2018, a organização começou pelo Projeto ‘Escola Cidadania’, com “quase 300 jovens, de 14 escolas”, que identificaram “duas problemáticas” e encontraram “dois projetos para gerar mudanças reais”, foi oficializada no ano seguinte, em março de 2019, e Francisco Martín afirma que a missão ‘Scholas Occurrentes’ “é voltar a unir a educação com a vida”.

“A preocupação é esta: os jovens acabam por ter uma vida que não tem sentido, problemas de saúde mental, ataques de pânico, problemas de sono, porque têm um futuro que não parece gerar nenhuma esperança”, indicou o entrevistado.

Voltar a falar da vida dentro da educação é importante, é vital, se não educamos para a vida acabamos por não estar a educar. A missão que tem a ‘Scholas Occurrentes’ é conseguir reunir jovens de diferentes religiões, diferentes classes económicas, para criar uma cultura que gere sentido nas pessoas”.

Ao longo destes anos, segundo o atual coordenador de ‘Scholas Occurrentes’ Portugal, já criaram uma horta comunitária e um cinema comunitário, desenvolveram também o projeto ‘Não estás sozinho’ sobre saúde mental, na pandemia Covid-19, realizaram cinco sessões online orientadas para a saúde emocional dos jovens, o programa ‘Scholas Pensarmo-nos’.

“O importante dos projetos é que consiga criar comunidade: uma comunidade sem projetos acaba por não ser comunidade, e um projeto sem comunidade tem pouco tempo de vida; acho que conseguimos ver resultados na vida dos jovens”, realçou.

Francisco Martín nunca participou em nenhuma edição internacional de uma Jornada Mundial da Juventude e considera que “vai ser especial”, em Lisboa, porque estão “todos a preparar uma coisa importante”, e perceber que a comunidade toda “está a tentar fazer uma coisa juntos não é normal, é para refletir, e aprender e continuar a fazer coisas juntos”.

“Se conseguimos criar uma cultura durante um projeto, durante uma semana, é voltar a ter esperanças para conseguir criar mudanças reais. É possível fazer sempre, criar uma nova forma de estar, esta cultura do encontro que estamos tão longe”, concluiu.

O Papa Francisco, na visita à sede do movimento internacional em Cascais, vai ser o autor da “última pincelada” de um mural de três quilómetros, que está a ser construído “pela comunidade toda”, num projeto intitulado ‘Vida entre mundos’.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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