Com um sistema mais célere «10 milhões de vidas poderiam ser salvas em cada ano», diz Santa Sé
Genebra, 12 Jun 2015 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas alertou em Genebra para o facto “um terço da população mundial viver atualmente sem acesso regular a medicamentos e vacinas essenciais”, sobretudo nos chamados “países em vias de desenvolvimento”.
Baseando-se em dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde, D. Silvano M. Tomasi sublinhou que cerca de “10 milhões de vidas humanas poderiam ser salvas em cada ano, se aqueles recursos estivessem à disposição de forma mais célere”.
De acordo com o jornal vaticano “L’Osservatore Romano”, o arcebispo italiano sublinhou que este contexto “agravou-se com a crise económica” e que os países mais pobres são os que “mais têm sofrido”.
Para aquele responsável, um dos indicadores mais fortes de que algo precisa de mudar foi dado durante o surto de Ébola que afetou diversos países do continente africano.
“As deficiências nos sistemas de saúde” daquela região “ficaram bem expostas” durante a epidemia, e não podem continuar sem serem abordadas, caso contrário isso “poderá colocar em causa, ou mesmo reverter, todo o desenvolvimento humano e económico que tem sido posto em prática naquele continente”, apontou o represente da Santa Sé.
Para D. Silvano Tomasi, iniciativas como a dos “Objetivos de Desenvolvimento do Milénio” representam “uma oportunidade crítica para ajudar as nações mais carenciadas a atingirem níveis adequados de saúde e sustentabilidade económica”.
“Se falharmos nesta missão estaremos a colocar milhões de vidas em risco”, advertiu o arcebispo que deu como exemplo outro desafio global de saúde, o do vírus HIV.
“Apesar dos progressos” registados desde 2000, no tratamento da doença nos países mais desfavorecidos, “o objetivo de tornar universal o acesso aos tratamentos retrovirais está longe de ser alcançado” e segundo D. Silvano Tomasi “requer um investimento continuado”.
JCP