“Cidadania em Saúde” e a promoção da vida em reflexão no congresso nacional
Coimbra, 09 jun 2018 (Ecclesia) – “Ser enfermeiro e cristão é uma dupla responsabilidade” defendeu João Paulo Nunes, presidente da Associação Católica dos Enfermeiros e Profissionais de Saúde, no congresso nacional que termina este sábado em Coimbra.
“Ser enfermeiro tem um grande valor social, mas ser cristão e enfermeiro tem uma dupla responsabilidade porque, além de ser excelente enfermeiro, tem de incorporar nas práticas quotidianas os valores de ser cristão.
Os valores que dizem respeito à qualidade da humanidade e ser levada ao extremo, a forma de enfrentar a doença, o desenvolvimento, o nascimento e a morte, essas formas de estar e ser na profissão”, disse em declarações à Agência ECCLESIA.
O congresso nacional da Associação Católica dos Enfermeiros e Profissionais de Saúde (ACEPS), a terminar este sábado na cidade de Coimbra, teve o tema «Cidadania em saúde – Barómetro social e humano – Promover a vida».
João Paulo Nunes acrescentou ainda que há um ponto de partida que marca o que é humanizar, uma forma de colocar a pessoa no centro.
“Abdicar da minha ideia ou do que penso ser correto porque é mais correto compreender o que a pessoa sente que está correto e este posicionamento de partida marca o que é humanizar”, acrescentou.
Outro aspeto que João Paulo Nunes destacou foi a dicotomia dos imperativos éticos e económicos.
“É uma dicotomia que põe em causa a pessoa, os imperativos éticos e económicos. E a matriz económica tem uma prevalência desproporcionada em relação à matriz de proximidade e dos valores que só se transmitem com tempo”, apontou.
A presidente da ACEPS de Coimbra, Carla Santos, explicou à ECCLESIA que este congresso serviu para promover um “espaço de reflexão para enfermeiros e profissionais de saúde”, com temas atuais e numa vertente católica.
“Há temas atuais como a eutanásia, aborto e outros temas que é preciso refletir numa vertente católica para que possamos prestar melhores cuidados e esta associação também pretende ser o apoio para os que queiram afirmar e prestar serviços como católicos”.
No decorrer da sua vida profissional Carla Santos também tem vindo a sentir dificuldades em se afirmar como católica.
“Parece que à medida que o tempo vai passando é pior, é dificil afirmar que somos católicos e depois muitas vezes há dificuldade em fundamentar o que se acredita”, refere.
A presidente da ACEPS de Coimbra terminou ainda dizendo que se sente “contra a corrente”, apesar de acreditar que segue o caminho certo, os enfermeiros e profissionais de saúde são “bombardeados de questões científicas que se tornam complicadas e há muito caminho a percorrer”.
O congresso nacional da Associação Católica dos Enfermeiros e Profissionais de Saúde (ACEPS) termina este sábado, em Coimbra, onde vai ser entregue o Prémio Emília Maria Costa Macedo e às 12h00 haverá a celebração presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes.
LFS/SN