Saúde: Papa pede mudança no tratamento dos idosos

Francisco alerta para «tortura dos silêncios» que afetam os mais velhos

Cidade do Vaticano, 23 nov 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco apelou hoje no Vaticano a uma mudança no tratamento dado aos idosos doentes, para que se complemente o “modelo biomédico” e se contrarie a “tortura dos silêncios”.

“É necessário empenhar-se numa assistência que, ao lado do tradicional modelo biomédico, se enriqueça de espaços de dignidade e liberdade, longe dos fechamentos e dos silêncios, da tortura dos silêncios”, disse, perante os participantes na conferência internacional promovida pelo Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde.

A iniciativa do organismo da Santa Sé, dedicada ao tema ‘A Igreja ao serviço da pessoa idosa doente: o cuidado das pessoas afetadas por patologias neurodegenerativas’, conta com a participação de uma delegação portuguesa constituída por 50 pessoas.

Os participantes são acompanhados por monsenhor Vítor Feytor Pinto, até agora coordenador nacional da Pastoral da Saúde, naquele que é o seu último ato oficial.

O Papa Francisco destacou a necessidade de acompanhar a vida religiosa das pessoas idosas com “graves patologias degenerativas”, assinalando a importância do aspeto espiritual e da relação com Deus num momento em que se perdem capacidades cognitivas.

“Estas patologias desafiam o mundo sociosanitário seja na dimensão da pesquisa, seja na da assistência e do cuidado nas estruturas socioassistenciais, bem como na família, que continua a ser o lugar privilegiado de acolhimento e de proximidade”, acrescentou.

Francisco falou dos idosos como “protagonistas” na vida da Igreja, pedindo que as comunidades católicas sejam exemplo para a sociedade na sua relação com os mais velhos, pessoas “sempre importantes, mais, indispensáveis”.

“Recordemos que a vida humana conserva sempre o seu valor aos olhos de Deus, para lá de qualquer visão discriminadora”, frisou.

A intervenção concluiu-se com uma saudação aos “caros amigos” mais velhos: “Vós não sois apenas destinatários do anúncio da mensagem evangélica, mas sois também sempre anunciadores, de pleno direito, por força do vosso batismo”.

OC

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Agência ECCLESIA

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