Saúde Mental: Unidade de Neuroestimulação é proposta inovadora para crescentes casos de demência

Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus procuram conjugar inovação e cuidado na mesma resposta que fez nascer há 125 anos Casa de Saúde da Idanha

Sintra, 01 jul 2019 (Ecclesia) –  A Casa de Saúde da Idanha das Irmãs Hospitaleiras inaugurou hoje, no dia em que se assinalam 125 anos do acolhimento da primeira doente, uma Unidade de Neuroestimulação, com terapia inovadora que otimiza capacidades em fase inicial de demência.

“Na atualidade, sabemos que a população é cada vez mais envelhecida e a nossa preocupação, enquanto instituição, é podermos responder de forma inovadora a esta área da saúde, que nos traz grandes desafios”, afirmou à Agência ECCLESIA a irmã Paula Carneiro, superiora da Casa de Saúde da Idanha das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, durante Seminário ‘Inovar na demência’.

Para o diretor clínico, o verbo “inovar”, conjuga-se, nesta casa de saúde, a par do cuidado e da experiência científica.

“A inovação vai sendo feita numa dinâmica que se funda na experiência mas procura atingir objetivos mais largos integrando o conhecimento científico, que apesar de tudo, nesta área, vai sendo integrado e realizado através do conhecimento experimentado”, refere Pedro Varandas à Agência ECCLESIA.

Uma unidade com 22 camas disponíveis, sobretudo para pessoas que, através de “diagnóstico rigoroso”, apresentem um quadro de demência “inicial ou de evolução moderada”.

“Para todas as pessoas que possam ter esse potencial e indicação de, através de uma estimulação na área cognitiva, poder estabilizar ou recuperar algumas competências cognitivas perdidas”, elucida o responsável clínico.

A intervenção é feita através de várias técnicas nomeadamente com aplicações informáticas onde a pessoa pode interagir com um ecrã que permite a sensibilidade digital e onde as pessoas são obrigadas a raciocinar, a recuperar memória, a falar, comunicar e interagir.

Com 125 anos de cuidado, a Ordem Hospitaleira procura a ação humanizada, “marca da Igreja e de Jesus”.

“No cuidado à pessoa, a ciência e a caridade completam-se. Esta premissa do fundador da Ordem, São João de Deus, exige-nos que tenhamos continuamente um questionamento sobre as práticas e a melhoremos”, indica a Irmã Paula Carneiro.

Se há 125 anos a inovação compreendia uma “humanização na psiquiatria”, na altura muito assente na “biologia e no tratamento farmacológico”, a Ordem procurou sempre uma resposta “de assistência integral”.

“Desde as origens houve a preocupação pela assistência psicológica, religiosa, médica, também ocupacional e uma assistência higiénica, numa resposta diferenciadora pela humanização, pela atenção e pela estética, no cuidado à pessoa”, traduz a superiora.

Uma equipa multidisciplinar procura a concretização desse mesmo objetivo, juntando o saber médico e de enfermagem em saúde mental e reabilitação, mas também profissionais de psicomotrição, psicologia, serviço social, apoio espiritual e demais assistentes operacionais e auxiliares num trabalho que envolve também os familiares dos utentes da Casa de Saúde.

“Por muito deficiente ou com incapacidade que a pessoa esteja ela é uma pessoa com uma dignidade igual a qualquer um de nós. E é isso que nos faz ver as suas potencialidades, mesmo quando a doença consegue esconde-las. Para isso estamos e existimos”, sublinha a Irmã Paula Carneiro.

Na área da demência, como em tantas outras, a intervenção precoce é essencial, daí que a Unidade de Neuroestimulação, através de instrumentos de diagnóstico aplicados, pode apoiar o paciente e a sua família, “potenciando o seu desenvolvimento” e a sua melhoria.

LS

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Agência ECCLESIA

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