Saúde: Irmãs Hospitaleiras contra o «estigma» da doença mental

Religiosas promoveram peregrinação a Fátima no centenário da morte do seu fundador, São Bento Menni

Fátima, Santarém, 18 jun 2014 (Ecclesia) – As Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus (IHSCJ), que se dedicam em particular ao cuidado das pessoas com doença mental, querem reforçar o combater ao “estigma social” a que estas pessoas estão sujeitas.

“A pessoa doente é uma pessoa com direitos, com valores, como qualquer outra. Queremos mostrar que ela merece todo o nosso respeito, todo o nosso carinho”, disse à Agência ECCLESIA a irmã Maria do Sameiro Martins, provincial das IHSCJ em Portugal.

A responsável falava durante a peregrinação do instituto religioso a Fátima, iniciativa inserida no calendário das atividades de celebração do centenário da morte do fundador da congregação, São Bento Menni, religioso milanês que se destacou pelo seu trabalho em Espanha, Portugal e México.

Segundo a provincial, as Irmãs Hospitaleiras têm registado uma “procura crescente” dos serviços que prestam, na área da psiquiatria, prestados com atenção à “dimensão integral da pessoa”.

“Há um estigma social associado sempre a estes doentes”, lamenta ainda.

A peregrinação reuniu cerca de 600 pessoas, entre religiosas, colaboradores e doentes.

Anabela Janeiro, assistente social no Centro de Recuperação de Menores D. Manuel Trindade Salgueiro (Assumar, Distrito de Portalegre), dá conta de um crescimento no número de jovens que chegam à instituição com “problemas extremamente graves”, nos últimos anos.

“Temos pedido de internamento para meninas cada vez mais novas com problemas tão graves como tentativas de suicídio”, exemplifica.

A missão da família hospitaleira é, assim, “cada vez mais atual”, procurando “cuidar a pessoa no seu todo”, com atenção “àquilo que elas procuram”.

A irmã Laurinda Faria, que coordenou esta iniciativa nacional, destaca a necessidade de sensibilizar a sociedade e a Igreja para a aceitação e integração da pessoa doente.

“Nós vimos aqui para mostrar ao mundo que não há fronteiras, que estas pessoas que são socialmente relegadas, a partir do Governo até à própria família, muitas vezes, têm muito a dizer e muito a ensinar”, afirmou.

A Missa, na capela da Morte do Senhor, sob a Basílica da Santíssima Trindade, foi presidida por D. José Alves, arcebispo de Évora.

Em Portugal, a Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus desenvolve a sua intervenção no âmbito da Saúde em 12 estabelecimentos: oito no Continente, dois na Região Autónoma da Madeira e dois na Região Autónoma dos Açores.

OC

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Agência ECCLESIA

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